O representante da comissão de trabalhadores (CT) da Volkswagen Autoeuropa, António Chora, considera que a passagem a efectivos de cerca de 400 trabalhadores "é a grande vitória deste acordo" laboral.

Ao Negócios, Chora esclarece que esta mudança terá efeito no prazo de 30 dias a contar da assinatura oficial do acordo, o que deverá ter lugar já na próxima semana. "É uma fatia significativa" face aos 3.600 trabalhadores da fábrica de Palmela, defende.

Para já, o clima é de confiança quanto à votação positiva do pré-acordo, tendo em conta o "carácter social" do mesmo. Os trabalhadores decidirão na próxima sexta-feira, 31 de Outubro, o documento que resulta das negociações iniciadas em Setembro entre a CT e a administração da empresa. A votação decorrerá entre as 7h00 e as 21h00.

O aumento salarial de 2% é outro dos destaques resultantes desta negociação, acima do último aumento de 1,6% em Outubro de 2013. Os trabalhadores pediam 3,5%. "São os valores possíveis. Não conheço nenhuma reivindicação que tenha sido realizada", justifica António Chora. O pacto representa um aumento mínimo de 20 euros, numa empresa onde os salários mais baixos rondam os 900 euros. A empresa liderada por Melo Pires comprometeu-se ainda a não efectuar nenhum despedimento colectivo até ao final de 2015.

Os trabalhadores estiveram reunidos em plenário esta quarta-feira, 29 de Outubro. No encontro foi apresentado o caderno reivindicativo e prestadas informações sobre o desenvolvimento da produção.

O investimento de 677 milhões de euros para dotar a fábrica de Palmela com tecnologia capaz de fabricar novos modelos ainda não dá sinais. António Chora considera "tardia" a introdução desta nova fase na empresa. Ainda assim, acredita que o mais importante é que "o investimento esteja no terreno".

Segundo os mais recentes dados da ACAP, a produção em Palmela cresceu 12,6% nos primeiros nove meses de 2014 face ao período homólogo. Até Setembro, foram produzidos 77.762 veículos.

Contactada pelo Negócios, a administração da Volkswagen Autoeuropa opta por só comentar o cenário depois de efectuada a votação pelos trabalhadores.