Notícia
Ambientalistas: a sardinha é de todos e não apenas dos pescadores
As organizações não governamentais da área da pesca mostram-se chocadas com o facto de o Governo ter apresentado a sua proposta de gestão da sardinha apenas aos representantes dos pescadores.
Para os ambientalistas, a forma como o Governo está a reagir ao parecer científico que aconselha a suspensão total da pesca não podia ser pior. Em comunicado divulgado ao final da tarde de sábado, a PONG-Pesca mostra-se muito preocupada com o facto do Governo propor um limite de captura de 14 mil toneladas, desrespeitando "os pareceres científicos e adiando a resolução de um problema que poderá resultar numa paragem na pesca da sardinha por muitos anos".
Mas a plataforma que reúne as organizações não governamentais da área da pesca eleva ainda mais o tom das críticas, manifestando "surpresa" e "indignação", pelo facto de ter sido colocada à margem deste processo. E, afirmam, os recursos marinhos pertencem a todos e não apenas a quem os explora do ponto de vista económico.
"Foi com muita surpresa e indignação que a PONG-Pesca tomou conhecimento" de que foram transmitidas aos representantes dos pescadores informações sobre as negociações mantidas até agora entre Portugal e Espanha, deixando de lado as entidades ambientalistas. "A Plataforma entende que se trata de uma comunicação que deveria ser feita em sede própria – a Comissão de Acompanhamento da Sardinha", que é o órgão formal de gestão, com quem o Governo reúne regularmente e onde estão representadas as diferentes sensibilidades que giram em torno da pesca.
"A PONG-Pesca reitera que este é o momento em que o governo deve assumir o seu papel de representante de todos os portugueses, protegendo e gerindo de forma sustentável recursos que são de todos".
Pescadores querem pelo menos 17 mil toneladas
Já as organizações representativas dos pescadores defendem que o Governo deve ser mais permissivo. A Federação dos Sindicados do Sector da Pesca defendeu este sábado, em Peniche, um limite anual de capturas de sardinha para 2018 "pelo menos igual" ao estabelecido para 2017, de 17 mil toneladas, adiantando, porém, que o ideal seria 23 mil toneladas.
Mas a plataforma que reúne as organizações não governamentais da área da pesca eleva ainda mais o tom das críticas, manifestando "surpresa" e "indignação", pelo facto de ter sido colocada à margem deste processo. E, afirmam, os recursos marinhos pertencem a todos e não apenas a quem os explora do ponto de vista económico.
"A PONG-Pesca reitera que este é o momento em que o governo deve assumir o seu papel de representante de todos os portugueses, protegendo e gerindo de forma sustentável recursos que são de todos".
Pescadores querem pelo menos 17 mil toneladas
Já as organizações representativas dos pescadores defendem que o Governo deve ser mais permissivo. A Federação dos Sindicados do Sector da Pesca defendeu este sábado, em Peniche, um limite anual de capturas de sardinha para 2018 "pelo menos igual" ao estabelecido para 2017, de 17 mil toneladas, adiantando, porém, que o ideal seria 23 mil toneladas.
"Tendo em conta os sacrifícios que os pescadores têm feito nos últimos três anos, que o recurso melhorou e que os planos de gestão têm dado resultados e que a abundância de sardinha é muito maior do que nos últimos anos, as possibilidades de pesca para 2018 devem ser pelo menos iguais às de 2017", que foram de 17 mil toneladas, afirmou à agência Lusa Frederico Pereira, da comissão executiva da Federação dos Sindicatos do Sector da Pesca.