Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Condições para captura de sardinha definidas até terça-feira

Os ministros das pescas reúnem-se esta segunda e terça-feira para decidir os limites máximos para as capturas de peixe. Será nestas reuniões que ficará decidido quanta sardinha, e em que condições, pode ser pescada em 2018.

Pedro Elias
09 de Dezembro de 2017 às 11:54
  • ...
Os ministros das Pescas da União Europeia reúnem-se na segunda e na terça-feira para fixar os totais admissíveis de capturas (TAC) e respectivas quotas nacionais de pesca para 2018 no Atlântico, negociações tradicionalmente longas.

Para Portugal, grande parte das negociações travaram-se em torno da sardinha. Um parecer muito crítico do ICES (organismo científico internacional que aconselha a União Europeia sobre estas matérias), avançado em primeira mão pelo Negócios, recomendou que Portugal e Espanha suspendessem por completo a pesca de sardinha em 2018 de modo a permitir uma recuperação do stock desta espécie, que tem revelado grande dificuldade nos mares da Península Ibérica.

A suspensão de capturas está posta de lado: Portugal e Espanha propõem-se a pescar cerca de 14 mil toneladas de sardinhas e, em contrapartida, tomarão um conjunto de medidas para promover a protecção e reprodução da espécie, algo que não convence os ambientalistas.

A pesca da sardinha tem vindo a diminuir por força das restrições adoptadas pelos dois países de modo a tentar responder à forte redução do stock de sardinha. Os últimos dados do ICES dão conta de uma ligeira recuperação do stock, mas os níveis de recrutamento (sardinhas que superam a fasquia de um ano de idade, a partir do qual podem reproduzir-se) continua muito baixo.

Em resultado das restrições à pesca, o preço da sardinha mais do que triplicou nos últimos seis anos e esta é, neste momento, a espécie que é mais rentável para os pescadores. Por essa razão, mas também pela forte tradição que o consumo deste peixe tem junto dos portugueses, a fixação de limites à pesca da sardinha geram sempre muita tensão e polémica.

Negociações ainda decorrem com vários Estados-membros

A proposta da Comissão Europeia prevê reduções nas capturas de 23 unidades populacionais de peixes (‘stocks’), num total de 76 recomendações, incluindo de 30% na pescada e de 2% no tamboril em águas nacionais.


Na segunda-feira, a agenda dos trabalhos prevê um primeiro debate entre os ministros da União Europeia (UE) sobre os TAC propostos – com base em pareceres científicos –, seguindo a reunião com temas de agricultura.

Na terça-feira, é retomado o tema das oportunidades de pesca para 2018, negociações que se prevêem longas, como habitualmente. "Há negociações a decorrer com países terceiros e as propostas vão chegar muito perto da reunião", segundo fonte comunitária.

Por outro lado, há sempre uma diferença entre os TAC que Bruxelas propõe e as aspirações dos Estados-membros, sendo que a primeira adopta em regra uma posição mais conservadora enquanto os governos nacionais têm os sectores da pesca a defender e apresentam os seus próprios pareceres sobre o estado dos ‘stocks’.


A agenda da ministra do Mar de Portugal, Ana Paula Vitorino, inclui também, à margem do conselho, uma reunião com a sua homóloga espanhola e o comissário da tutela, Karmenu Vella, sobre o plano de recuperação 2018-2022 para a sardinha, ‘stock’ sobre o qual Bruxelas não emite parecer e é gerido por Lisboa e Madrid.


No Conselho de Ministros das Pescas da UE será ainda analisada a aplicação faseada da proibição de descargas no mar, sendo que 2018 é o último ano em que é possível deitar ao mar espécies acessórias.

A obrigação de desembarque do total das capturas entra em vigor no dia 01 de Janeiro de 2019.

Ver comentários
Saber mais ministros pescas União Europeia sardinha capturas
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio