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Marques Mendes: Passos “parece um político radical” e Governo não recua na TSU

O também conselheiro de Estado indicado por Marcelo diz que o líder social-democrata corre o risco de ser um "catavento", a mesma expressão usada por Passos para rejeitar em 2014 um perfil presidencial que alegadamente encaixava no de Marcelo Rebelo de Sousa.

Miguel Baltazar/Negócios
15 de Janeiro de 2017 às 21:15
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Luís Marques Mendes criticou o líder do maior partido da oposição por ter prometido não viabilizar no parlamento a redução da TSU para as empresas como contrapartida pelo aumento do salário mínimo e revelou que o Governo vai enviar esta segunda-feira para Belém o decreto-lei que reduz o valor da Taxa Social Única.

No seu espaço semanal de opinião no Jornal da Noite da SIC, este domingo, 15 de Janeiro, o também conselheiro de Estado afirmou que a posição do PSD é incoerente, vai contra a história e a cultura do partido e pode ser um "monumental tiro no pé" e o "maior erro" de Passos Coelho desde regressou à oposição.


"Passos Coelho, que é uma pessoa inteligente, não está a perceber que está a matar a boa imagem que criou no Governo. Está a perder a imagem de político responsável e com sentido de Estado que antes tinha. Parece agora um político radical," afirmou Marques Mendes. O antigo líder social-democrata afirmou ainda que o Governo não vai recuar e que envia já amanhã o diploma para promulgação do Presidente da República.

PCP e Bloco de Esquerda, que estão contra qualquer redução na taxa social única, pediram a apreciação parlamentar do decreto-lei. A surpresa foi a posição do PSD, que garantiu que votará ao lado de bloquistas e comunistas, chumbando o desconto na TSU.

Se o PSD votar contra, "dá uma machadada na concertação social" e é incoerente com a posição assumida em 2014 e 2016 quando, defende, o partido viabilizou medidas com efeito semelhante, reduzindo a TSU e alcançando um acordo para actualizar o salário mínimo em concertação social.

Para Marques Mendes, o acordo de concertação social para 2017 foi um mérito do Governo que no entanto esteve mal ao não garantir que havia, no Parlamento, as condições necessárias para viabilizar as medidas previstas no acordo.

"Se o PSD não fizer agora o que fez em 2016, dir-se-á que o PSD de Passos Coelho é um catavento: teve uma posição em 2014; teve uma posição diferente no primeiro ano da geringonça; e tem uma terceira posição, diferente de todas as outras, no segundo ano da geringonça", afirmou Marques Mendes.

Mendes - próximo de Marcelo Rebelo de Sousa e sua escolha para o Conselho de Estado – usou a mesma expressão, "catavento", que tinha sido utilizada por Passos em 2014 para designar o género de candidato que não queria apoiar nas presidenciais de 2016. 

Não pode ser um "protagonista catalisador de qualquer conjunto de contrapoderes ou num catavento de opiniões erráticas em função da mera mediatização gerada em torno do fenómeno político", referia na altura a moção. Fontes do partido disseram então que estava a referir-se ao então comentador Marcelo Rebelo de Sousa, o que Passos veio a desmentir. Marcelo, agora já Presidente da República, terá ficado furioso – conta o Expresso deste sábado – com a recusa do PSD em viabilizar a medida no Parlamento.

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