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PSD: "Nós não temos medo"
A deputada do PSD apontou a ideia de irreversibilidade da tomada de medidas pelo actual Governo como "quimeras insustentáveis" e tentativa de "amedrontar" os portugueses.
A deputada social-democrata Paula Teixeira da Cruz criticou esta segunda-feira, 25 de Abril, as medidas "irresponsáveis" tomadas pelo Governo e o clima de crispação entre os partidos políticos, acusando a pretensa irreversibilidade das medidas tomadas pelo Governo de tentar amedrontar os cidadãos.
"Em democracia tem que existir alternância e ninguém pode pensar que certas medidas que venham a ser apressadamente tomadas nesta Assembleia, e que constituam quimeras insustentáveis e perigosas, possam ser consideradas irreversíveis, como alguns procuram fazer crer aos portugueses, talvez para os condicionarem ou mesmo amedrontarem. Nós não temos medo", garantiu na sua intervenção no Parlamento pelo PSD, na sessão evocativa dos 42 anos do 25 de Abril.
Num discurso muito crítico para a actual solução governativa, a deputada defendeu que as condições para a devolução dos rendimentos em curso foram criadas pelo governo anterior, que "fez a dolorosa travessia do deserto". E chamou a atenção também para o que pode acontecer "quando se adoptam medidas irresponsáveis".
Lembrou então o recurso à ajuda externa em 2011 como tendo sido resultado de uma "governação demagógica baseada em propostas sem sustentabilidade que levam os países à ruína" e estabeleceu o paralelismo com as medidas levadas a cabo pelo actual Governo com apoio dos partidos à esquerda na Assembleia da República.
"Erros", disse, que se pagam "muito caro" e "medidas demagógicas de efeito rápido mas que rapidamente se esgotam". Pelo que também defendeu que Portugal se deve ater aos compromissos com os Tratados da União Europeia, o Pacto de Estabilidade Orçamental, a União Monetária ou a União Bancária, "sem os quais há muito que teríamos resvalado para uma situação económica e financeira sem saída".
Paula Teixeira da Cruz referiu-se depois a acusações do Governo de que PSD e CDS teriam estado em conluio com as entidades europeias para dificultar a vida ao Executivo, defendendo que o "odor do salazarismo mais bafiento e o ridículo mais agudo abatem-se sobre quem faz tais afirmações" que tratam como "novos traidores à pátria" as actuais forças na oposição.
Depois, deixou o alerta: continuar a olhar com "suspeição" para os partidos que não alinham com o poder pode levar a uma crise de confiança nas instituições "mas também a uma crise de confiança dos portugueses uns nos outros", pelo que defendeu ser necessário um ambiente de tolerância e de "forte consenso".
Falando no combate a "todos os fenómenos que subvertem a liberdade e a democracia", apontou a indiferença e a intolerância – "Ninguém é detentor da verdade ou detém o exclusivo do Bem" - como principais alvos e denunciou a "falta de transparência" na vida pública, no processo político e "recusa de fiscalização democrática".
"Quantas vezes não se evocam liberdade e democracia em nome de ideais e práticas totalitárias, intolerantes, subversivas e iníquas (…) enquanto se praticam actos que beneficiam interesses instalados ou a instalar, interesse obscuros?", perguntou, defendendo que "a coisa pública é de todos e não apenas de alguns, muitas vezes para fins ilegítimos".
(Notícia actualizada às 12:57 com mais informação)