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BE: "Nem mais um passo atrás"

Jorge Costa evocou os primeiros meses do Governo do Partido Socialista como tendo resultado do "caminho de diálogo" entre "forças diferentes com mandatos distintos".

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25 de Abril de 2016 às 11:04
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O deputado do Bloco de Esquerda (BE), Jorge Costa, apontou o dedo às instituições europeias – nomeadamente ao Banco Central Europeu –, criticando a "irresponsabilidade" da Europa e garantiu que "as contas que interessam, o povo as ajustará".

"A irresponsabilidade desta Europa está hoje à vista", afirmou, argumentando que os resultados são "medidos à lupa por poderes que ninguém elegeu", como o Banco Central Europeu cujo mandato de presidente, Mario Draghi, "parece ser o de responder ao que ninguém lhe perguntou", defendeu.

Na sua intervenção no Parlamento esta segunda-feira, 25 de Abril, na cerimónia solene de comemoração dos 42 anos da Revolução dos Cravos, Jorge Costa evocou os primeiros meses do Governo do Partido Socialista como tendo resultado do "caminho de diálogo" entre "forças diferentes com mandatos distintos".

Essas negociações, referiu, "desmentiram que, em eleições livres, nem todos os votos sejam úteis" e permitiram "parar" o empobrecimento. Jorge Costa enunciou depois as decisões tomadas, como a reposição salários, a subida do salário mínimo e a baixa dos custos energéticos "para os mais vulneráveis" como a maior "homenagem à Constituição". "Nem mais um passo atrás", exigiu.

E dirigiu-se depois a quem coloca em dúvida a exequibilidade financeira da reversão das medidas do anterior Executivo e das propostas de devolução de rendimentos para dizer que o povo "ajustará" as "contas que interessam":

"
Aos que nos dizem que esses objectivos são inalcançáveis, que as contas nunca podem bater certo, só agradecemos o conselho. Mas estejam atentos: as contas que interessam, o povo as ajustará - com a fraude económica, com a espoliação do trabalho, com a política de empobrecimento virtuoso".

 

Ao longo de um discurso em que, como o PCP, também criticou as alterações feitas ao longo dos anos ao Texto Fundamental que "sempre haveria de perturbar os velhos poderes", afirmou que a Constituição respira "enquanto houver um poderoso, um financeiro ou um burocrata que a acuse de ser um obstáculo ao progresso".

Numa alusão aos casos de crises no sector financeiro nacional e ao escândalo recente dos Panama Papers, nomeou as "famílias da ditadura (...) que passeiam hoje as suas falências de luxo - e da nossa desgraça - entre a Suíça, o Panamá e os cofres públicos".

Sem falar directamente da dívida de Portugal - e da necessidade de suscitar o debate em torno da sua reestruturação, como continua a ser proposta do Bloco de Esquerda - o deputado referiu-se no entanto à "dívida histórica para com quem, vivendo em privação, não vive em democracia". 

(Notícia actualizada às 12:23 com mais declarações)
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