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Primeira baixa no governo de Michel Temer. Ministro do Planeamento foi exonerado

Romero Jucá, ministro brasileiro do Planeamento, anunciou na segunda-feira que pediu a suspensão das suas funções no Governo do presidente interino Michel Temer. Ontem, a sua exoneração foi publicada no Diário Oficial da União.

Reuters
25 de Maio de 2016 às 15:45
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O presidente interino do Brasil, Michel Temer, exonerou o ministro do Planeamento, Romero Jucá (na foto). A decisão foi publicada na edição de ontem, 24 de Maio do Diário Oficial da União (correspondente ao Diário da República em Portugal).

 

Jucá anunciou na segunda-feira - dia em que o jornal Folha de São Paulo divulgou gravações em que o ministro falava num pacto para travar o avanço da Operação Lava Jato, no âmbito da qual está a ser investigado, entre muitos outros nomes – que tinha pedido a suspensão das suas funções até que o Ministério Público se pronunciasse sobre o assunto.

 

Entretanto, conforme avançou a edição online do jornal O Globo, apesar de Jucá ter anunciado uma "licença" das suas funções, disse que "tecnicamente" pediria a exoneração porque voltará a exercer o mandato de senador pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) no estado de Roraima.

 

"Com a saída de Jucá, assume interinamente o secretário executivo da pasta, Dyogo Oliveira, que foi investigado num inquérito da Operação Zelotes para apurar um suposto esquema de compra e venda de medidas provisórias nos governos do PT, mas não chegou a ser indiciado", acrescenta O Globo.

 

O presidente Michel Temer afirmou em comunicado que Romero Jucá, apesar de ter anunciado o seu afastamento do cargo de ministro, vai continuar a ajudar o Governo Federal no Congresso "de forma decisiva, com a sua imensa capacidade política", refere o Estadão.

 

A saída de Jucá foi consequência das conversas gravadas e divulgadas pela Folha de São Paulo, entre o ministro do Planeamento e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, "em que Jucá supostamente fala da tentativa de se barrar a Operação Lava Jato com o afastamento de Dilma Rousseff da presidência da República", acrescenta a mesma fonte.

 

"Gravados de forma oculta, os diálogos entre Sérgio Machado e Jucá ocorreram semanas antes da votação na Câmara que desencadeou o ‘impeachment’ da presidente Dilma Rousseff. As conversas somam 1h15min e estão em poder da Procuradoria-Geral da República", referia na segunda-feira o Folha de São Paulo, salientando que "nos diálogos gravados, o ministro sugeriu que uma 'mudança' no Governo resultaria num pacto para ‘estancar a sangria’ atribuída à Operação Lava-Jato".

O conteúdo destas gravações já levou Dilma Rousseff e os seus apoiantes a dizerem que esta é mais uma prova de que o seu afastamento foi um golpe.

 

Na nota divulgada ontem por Temer, o presidente interino do Brasil agradeceu a Jucá pelo trabalho desempenhado no Ministério, para o qual tinha sido nomeado a 12 de Maio, salienta o Mundo Positivo.

 

O anúncio de que Jucá regressa ao Senado não agradou a todos, tendo vários partidos pedido uma investigação, a detenção e a cassação de Jucá, divulgou o Estadão.

 

Romero Jucá foi assim alvo de dois processos, um com o pedido de cassação de mandato no Conselho de Ética do Senado e o outro com o pedido de uma investigação na Procuradoria-Geral da República.

 

O caso Lava Jato, recorde-se, é um escândalo de corrupção sem precedentes que revela também a existência de um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país. 

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