O primeiro-ministro voltou a ser confrontado, esta sexta-feira, com os atrasos nos pagamentos ao Fisco. E, mais uma vez, Passos Coelho garantiu não ter nenhuma dívida às Finanças, tendo regularizado a sua situação "há vários anos".

"Reconheço que no meu passado por vezes me atrasei", mas "outra coisa é darem a ideia de que, como primeiro-ministro, tenho alguma dívida fiscal", afirmou Passos Coelho, esta tarde em Mirandela. "Cumpri as minhas obrigações. Posso ter feito com atraso mas fi-lo. Não tenho senão uma situação totalmente regularizada há vários anos".

O chefe do Governo garantiu ainda que como primeiro-ministro, ou anteriormente, nunca beneficiou de "nenhum privilégio com a administração fiscal", sendo fundamental manter o princípio que "todos temos de cumprir as nossas obrigações".

"Não tenho por hábito fazer julgamentos morais sobre ninguém. Qualquer cidadão deve cumprir a lei", acrescentou.

Além dos atrasos nos pagamentos ao Fisco, Passos Coelho voltou a ser questionado sobre os cinco anos em que não fez contribuições para a Segurança Social. Uma falha que o primeiro-ministro já tinha justificado com "desconhecimento" acerca dessa obrigatoriedade.

"Devo dizer com humildade, não creio que haja ninguém que possa dizer que conhece todas as leis. Não sabia que havia obrigação, nessa época, de fazer prestações obrigatórias", reiterou Passos Coelho. "Mas isso nunca foi invocado por mim como uma desculpa. Não tive consciência, durante muitos anos, que tinha essa obrigação por realizar".

No entanto, insistiu o primeiro-ministro, "paguei tudo o que tinha a pagar" e "regularizei a situação que desconhecia existir".