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Passos Coelho diz que "não é um cidadão perfeito" e que está preparado para a "chicana política"

O primeiro-ministro diz que à medida que as sondagens revelam que as "eleições podem não ser um passeio" surgem notícias sobre a sua vida pessoal e a sua "carreira contributiva".

Bruno Simão/Negócios
03 de Março de 2015 às 15:11
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Pedro Passos Coelho diz que não é um "cidadão perfeito", mas que sempre cumpriu as suas responsabilidades. Avisa que está preparado para o ano eleitoral e para o tipo de debate político, focado na sua pessoa, que qualificou de "chicana política".

  

"Ninguém esperará que eu seja um cidadão perfeito. Nunca deixei de solver as minhas responsabilidades. Não tenho nenhuma dívida ao fisco", disse o primeiro-ministro esta terça-feira, 3 de Março, no encerramento das jornadas parlamentares do PSD no Porto.

 

Apontou que as notícias que têm vindo a público sobre si e sobre as suas dívidas à Segurança Social acontecem num momento em que os "bons resultados aparecem, parece que um certo desespero começa a instalar-se em certas áreas políticas".

 

"Quem quiser remexer na minha vida para encontrar episódios desses não precisa de se dar a tanto trabalho nem de quebrar deveres de sigilo. Pode ter a certeza que eu muitas vezes na minha vida me atrasei", afirmou.

 

Num recado enviado aos partidos da oposição, realçou que "afinal as sondagens não estão a revelar exactamente aquilo que se esperava e que, afinal, estas eleições podem não ser um passeio".

 

"À medida que isso se torna mais claro verificamos que a discussão se vai descentrando do foco político para o pessoal e de que se insiste em querer atribuir relevância política e mediática a aspectos de natureza pessoal, muitos deles centrados em mim próprio", disse Passos Coelho em referência ao não pagamento de dívidas à Segurança Social.

 

Garantiu assim que está "preparado para neste ano de eleições enfrentar todo esse tipo de debate político". E que "preferia que se centrasse a discussão na política, mas quando os nossos adversários têm pouco para oferecer julgo que alguma chicana política pode servir algum propósito".

 

Depois da notícia avançada pelo Público que o primeiro-ministro devia dinheiro à Segurança Social, Pedro Passos Coelho disse ontem que não "tinha consciência de estar em falta" por estar convencido de que estas obrigações eram de opção à época. Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro argumentou que, quando se apercebeu da situação em 2012, não regularizou a dívida por a mesma já estar prescrita. Recentemente, optou por pagar a dívida para "acabar com qualquer dúvida". 

 

Mas conforme explica o Negócios, os descontos para a Segurança Social de trabalhadores independentes são obrigatórios desde 1982. E as dívidas à Segurança Social só prescrevem a pedido, ao contrário do que acontece no fisco. Já o Público noticiou hoje que o valor total da dívida é 74% mais elevado do que Passos Coelho disse ter pagado recentemente.

  

O primeiro-ministro acusou "jornalistas" e um "jornal" de quererem expor "episódios" da sua "vida fiscal", mas sem nomear quais.

 

Neste âmbito, argumentou que nunca usou o cargo de primeiro-ministro para "ocultar, disfarçar, esconder ou evitar qualquer tratamento exactamente igual ao que qualquer cidadão teria". E que também não usou o seu lugar "para enriquecer, para prestar favores, ou para viver fora daquilo que são as suas possibilidades".

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