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Fim do "shutdown" à vista? Senado dos EUA abre via à reabertura dos serviços federais

Na quinta-feira, 24 de janeiro, o Senado norte-americano irá votar duas propostas autónomas que poderão pôr fim à paralisação parcial do governo dos EUA.

Reuters
22 de Janeiro de 2019 às 21:44
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Na próxima quinta-feira, os senadores norte-americanos irão votar duas propostas separadas que poderão colocar um ponto final na paralisação parcial dos serviços governamentais do país, diz o The New York Times.

 

Uma das propostas, apoiada pelo presidente Donald Trump, inclui 5,7 mil milhões de dólares para o muro que quer construir ao longo da fronteira com o México. A outra simplesmente prolonga o financiamento, até 8 de Fevereiro, das agências governamentais que estão fechadas por falta de dinheiro. 

As razões para o otimismo decorrem do facto de os líderes republicano e democrata no Senado, Mitch McConnel e Chuck Schumer, respetivamente, terem assumido um compromisso no sentido de tentarem solucionar o impasse que se vive no país.

 

Se bem que ambas as propostas, na atual redação, devam falhar – sendo de esperar que a primeira enfrente mais resistência por parte dos democratas [que recuperaram a maioria na Câmara dos Representantes] –, os dois senadores afirmaram, citados pelo NYT, que estão prontos para tentar negociar um compromisso bipartidário.

 

Recorde-se que há 800.000 trabalhadores federais sem receber devido ao "shutdown", que já vai na sua quinta semana. No final de dezembro não receberam o seu salário e nesta sexta-feira poderão ver um segundo cheque a não entrar na conta.

Muitos serviços parados há 32 dias

A paralisação parcial dos serviços federais norte-americanos está a ter um impacto extremamente negativo nas contas do país. Mas não só. Há turistas a fazerem a sua viagem de sonho e que se deparam com os museus encerrados. Há funcionários em casa e outros a trabalharem sem receber, como os membros da Fed ou do exército.

 

Os serviços públicos federais dos Estados Unidos estão parcialmente paralisados desde 22 de dezembro – ou seja, há 32 dias, naquele que é o mais longo "shutdown" de sempre no país.

 

O facto de parte dos serviços do governo norte-americano estarem em "shutdown" está a ter um impacto extremamente negativo nas contas do país. Mas não só. Há turistas a fazerem a sua viagem de sonho e que se deparam com os museus encerrados. Há funcionários em casa e outros a trabalharem sem receber, como os membros da Fed ou do exército.

 

Mas tem também trazido outras condicionantes, como o facto de o presidente Donald Trump não marcar presença no Fórum Económico de Davos, na Suíça.

Agora especula-se sobre se o discurso de Trump sobre o Estado da União irá decorrer como previsto, a 29 de janeiro. Nancy Pelosi, a líder democrata na Câmara dos Representantes, já instou mesmo Trump a adiar o evento por questões de segurança - devido à falta de meios. Mas, a esse propósito, Kirstjen Nielsen, ministra da Segurança Interna nos EUA, escreveu no Twitter que o seu departamento e os Serviços Secretos norte-americanos estão "plenamente preparados para apoiar e garantir a segurança durante o discurso do Estado da União".


O senador republicano John Kennedy já veio dizer que Trump poderá fazer o discurso no Senado se Pelosi se decidir pelo seu cancelamento na Câmara dos Representantes.

 

Recorde-se que esta paralisação é apenas parcial porque parte do financiamento já está assegurado. Com efeito, já tinha havido aprovação prévia de 75% dos fundos para o funcionamento normal dos serviços públicos.

 

Contudo, os restantes 25% dos programas federais estão sem dinheiro, pelo que se encontram encerrados. Entre estes 25% estão programas dos departamentos da Segurança Nacional, Justiça e Agricultura.

Dreamers já não são moeda de troca

Donald Trump tem afirmado repetidamente que não assinará qualquer lei do financiamento federal – mesmo que aprovada pelas duas câmaras do Congresso – até que seja possível fechar um acordo para o financiamento do muro ao longo de toda a fronteira com o México.

No passado sábado, 19 de janeiro, Trump dirigiu-se aos americanos, propondo proteção legal aos jovens imigrantes conhecidos como "Dreamers" ("Sonhadors", em alusão ao chamado sonho americano) em troca de um acordo dos democratas para garantirem verbas para a construção do muro na fronteira com o México.

 

Mas a sua manobra não surtiu efeito e Trump ficou sem "moeda de troca", uma vez que hoje o Supremo Tribunal recusou – pelo menos durante o período que cobre o restante mandato do presidente dos EUA – analisar um recurso da Administração Trump para travar o programa criado pelo então presidente Barack Obama, em 2012, e conhecido como DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals - mecanismo de integração de jovens imigrantes indocumentados).

 

Assim, o DACA manter-se-á em vigor durante pelo menos mais dois anos, permitindo manter a protecção temporária dos jovens imigrantes com ou sem a aprovação do Congresso, sublinha a Reuters.



(notícia actualizada às 22:18)

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