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Casa Branca diz que Trump está preparado para um novo "shutdown"

O diretor do departamento de gestão da Casa Branca, Mick Mulvaney, disse este domingo que o Presidente norte-americano está preparado para um novo 'shutdown', com paralisação dos serviços públicos, se o Congresso não autorizar a construção do muro na fronteira.

A imagem do Capitólio em obras reflectida no lago em frente ao Senado dos Estados Unidos, que passou a ser dominado pelos republicanos após as eleições de 5 de Novembro.
Bloomberg
27 de Janeiro de 2019 às 23:40
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Dois dias após terminar a longa paralisação recorde (35 dias), a Casa Branca tornou claro, este domingo, que Donald Trump está preparado para nova paralisação no governo.

 

O impasse que envolve o Presidente e a maioria democrata no Capitólio está longe de ter terminado, com o tempo a correr, já que o acordo financeiro que Trump assinou na sexta-feira com os democratas financia apenas até 15 de fevereiro as agências do governo que estiveram encerradas durante 35 dias.

 

Ainda não é claro que os democratas possam ceder e Donald Trump parece pronto para nova batalha, enviando uma série de mensagens, através das redes sociais, que prenunciam o próximo embate com os senadores. "Constrói um muro e o crime vai cair", escreveu Donald Trump, no Twitter.

 

Questionado sobre se Trump está preparado para voltar a parar o governo dentro de três semanas, o chefe do pessoal da Casa Branca respondeu: "Sim, acho que está mesmo".

 

"Ele não quer deitar o governo abaixo, vamos deixar isto muito claro. Não quer declarar emergência nacional", afirmou. Mas acrescentou: "Afinal de contas, o compromisso do Presidente é defender a nação e vai fazê-lo com ou sem o Congresso".

 

O acordo a que Trump chegou com o Congresso não inclui os 5,7 mil milhões de dólares (cinco mil milhões de euros) que reclamava para construir um muro na fronteira com o México.

 

O acordo representou uma vitória para a oposição dos Democratas, liderada pela presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, que se tem oposto frontalmente a financiar a barreira.

 

Contudo, Trump ameaçou que podia fechar o governo novamente, a partir de 15 de fevereiro, quando acabar o financiamento temporário dos serviços federais agora acordado.

 

"Não temos outra escolha se não construir um muro potente ou uma barreira em aço. Se não chegarmos a acordo com o Congresso, ou o governo volta a fechar em 15 de fevereiro, ou vou utilizar os poderes que me estão conferidos para responder a esta emergência", antecipou.

 

Recorde-se que Trump cedeu na sexta-feira, depois de os senadores norte-americanos terem votado na véspera duas propostas para tentar pôr um fim ao "shutdown" do governo, mas sem sucesso.

 

Uma das propostas incluía a atribuição do pacote de 5,7 mil milhões de dólares para o muro que o presidente quer construir ao longo da fronteira com o México (e era defendida pelos republicanos). A outra prolongava o financiamento, até 8 de fevereiro, das agências governamentais que estão fechadas por falta de dinheiro (e era apoiada pelos democratas).

 

Mesmo que o Senado aprovasse uma das propostas e a Câmara dos Representantes (que recuperou a maioria democrata nas eleições intercalares de novembro passado e que tomou posse a 3 de janeiro deste ano) acabasse por fazer o mesmo, o problema é que Trump tem continuado decidido a usar o seu poder de veto sobre qualquer lei de financiamento federal aprovada no Congresso que não contemple o dinheiro que pretende para o muro com o México.

 

Uma possibilidade que surgiu na quinta-feira entre os democratas foi a de dar a Trump a maior parte – ou mesmo a totalidade – do dinheiro que o presidente quer, mas que não pudesse ser usado na construção do muro. Ou seja, que contribuísse para reforçar a segurança na fronteira com o México, mas de outra forma: com a aposta em ferramentas tecnológicas, como drones e sensores, bem como com o destacamento de mais agentes da patrulha fronteiriça. Mas o chefe da Casa Branca continuou a dizer que quer esses fundos para construir o muro e uma vez mais ficou-se num impasse.

 

Agora, depois das tréguas anunciadas na sexta-feira, Trump volta a brandir a ameaça de uma paralisação a partir de 15 de fevereiro.

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