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Trump cede e aceita reabrir governo durante três semanas

O presidente norte-americano aceitou reabrir o governo federal até 15 de Fevereiro, enquanto prosseguem as negociações sobre como garantir a segurança da fronteira dos EUA com o México.

EPA
25 de Janeiro de 2019 às 18:42
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Donald Trump anunciou, esta sexta-feira, tréguas no braço-de-ferro que o opõe aos democratas e que levou a um "shutdown" federal. O presidente norte-americano deu assim o braço a torcer, ao autorizar a reabertura dos serviços federais durante três semanas, até 15 de Fevereiro, enquanto democratas e republicanos tentam negociar um acordo que agrade a ambos os lados no que diz respeito à segurança da fronteira dos EUA com o México.

 

O chefe da Casa Branca fez esta concessão para permitir que os salários de cerca de 800.000 trabalhadores federais sejam pagos, que os museus reabram e que muitos outros serviços "em modo pausa" possam funcionar de novo (o próprio serviço de catering da Casa Branca ficou suspenso e os funcionários têm comido essencialmente ‘fast-food’ - e esta sexta-feira alguns voos foram suspensos ou sofreram atrasos em aeroportos de Filadélfia e Nova Iorque [Costa Leste] devido à falta de pessoal, já que tanto tempo sem receber deixou numa situação precária muitos americanos com baixas poupanças que, por isso, não têm meios para continuar a trabalhar).

"Sinto orgulho em anunciar hoje que chegámos a um acordo para acabar com o ‘shutdown’ e reabrir o governo federal", anunciou Trump, citado pela Reuters.

 

O presidente acrescentou que, durante estas três semanas, uma comissão de congressistas democratas e republicanos irá reunir-se para debater as necessidades ao nível da segurança na fronteira.

 

Recorde-se que os senadores norte-americanos votaram ontem duas propostas para tentar pôr um fim ao "shutdown" do governo, mas nenhuma passou.

 

Uma das propostas incluía a atribuição do pacote de 5,7 mil milhões de dólares para o muro que o presidente quer construir ao longo da fronteira com o México (e era defendida pelos republicanos).

 

A outra prolongava o financiamento, até 8 de fevereiro, das agências governamentais que estão fechadas por falta de dinheiro (e era apoiada pelos democratas).

 

Mesmo que o Senado aprovasse uma das propostas e a Câmara dos Representantes (que recuperou a maioria democrata nas eleições intercalares de novembro passado e que tomou posse a 3 de janeiro deste ano) acabasse por fazer o mesmo, o problema é que Trump tem continuado decidido a usar o seu poder de veto sobre qualquer lei de financiamento federal aprovada no Congresso que não contemple o dinheiro que pretende para o muro com o México.

 

Uma possibilidade que surgiu ontem entre os democratas foi a de dar a Trump a maior parte – ou mesmo a totalidade – do dinheiro que o presidente quer, mas que não pudesse ser usado na construção do muro. Ou seja, que contribuísse para reforçar a segurança na fronteira com o México, mas de outra forma: com a aposta em ferramentas tecnológicas, como drones e sensores, bem como com o destacamento de mais agentes da patrulha fronteiriça. Mas o chefe da Casa Branca continuou a dizer que quer esses fundos para construir o muro e uma vez mais ficou-se num impasse.

 

Agora, Trump anunciou tréguas, o que significa "um retocesso impressionante para um presidente que fez da construção deste muro uma condição não negociável para a reabertura do governo", sublinha o The New York Times.

 

Os serviços públicos federais dos Estados Unidos estão parcialmente paralisados desde 22 de dezembro – ou seja, hoje cumpre-se o 35.º dia de "shutdown", o mais longo de sempre no país.

 

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