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Catarina Martins pede a Costa que anuncie rapidamente solução de Governo

A líder do Bloco de Esquerda diz que "o país precisa de uma solução mais cedo do que mais tarde". Catarina Martins lembra que legislação sobre transparência ainda não saiu da Assembleia.

Bruno Simão
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A líder do Bloco de Esquerda defende que o primeiro-ministro deve ser "rápido" a anunciar uma solução para o Governo, que perdeu três secretários de Estado por estes terem viajado há um ano a convite da Galp para assistir a jogos do campeonato europeu de futebol. 

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O que o país aguarda é que o primeiro-ministro anuncie qual é a solução do Governo, como vai ficar, se vamos ter uma remodelação, como vai ficar este equilíbrio", disse Catarina Martins aos jornalistas no Porto, à margem de uma visita à universidade. 

"Julgo que o país precisa de uma solução mais cedo do que mais tarde", acrescentou, admitindo a delicadeza do tema. "Compreende-se a sensibilidade desta alteração neste momento". 

O pedido de demissão de três secretários de Estado (Assuntos Fiscais, Indústria e Internacionalização) e aceitação por parte do chefe de Governo foi conhecida domingo, 9 de Julho.

As saídas dos três secretários de Estado acontece após Rocha Andrade, João Vasconcelos e Jorge Costa Oliveira terem solicitado ao Ministério Público a sua constituição como arguidos no inquérito relativo às viagens para assistir a jogos do Euro 2016. 

A líder bloquista relembrou que é "eticamente reprovável" qualquer confusão entre a política e os interesses de grupos económicos e que, se a justiça está a fazer o seu caminho, a política deve fazer "mais e melhor".

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Lembramos que no Parlamento está um pacote legislativo para a transparência", disse Catarina Martins. "Vamos acabar a sessão legislativa sem que os outros partidos percebem a necessidade deste pacote", disse ao lembrar que no Parlamento está uma proposta de criação de "entidade da transparência à espera de ser aprovada". 


Catarina Martins desvalorizou o impacto que estas saídas podem ter nas negociações para o Orçamento do Estado para 2018, cujas negociações o Governo pretendia retomar a seguir ao debate do Estado da Nação. O OE tem de ser entregue até 15 de Outubro, recordou.

PCP prioriza políticas em detrimento de nomes

Já o PCP não quis tecer comentários à remodelação governamental em curso. Através do deputado António Filipe, os comunistas garantem que não têm "nenhum comentário a fazer" relativamente à futura composição do Executivo, salientando que importante é que "prossiga a concretização" de políticas que dêem "expressão à vontade de mudança" expressa nas últimas legislativas.

"É essa a preocupação do PCP", reiterou o deputado comunista em declarações feitas na Assembleia da República. Até porque é no Parlamento o local onde o PCP quer continuar "a bater-se por políticas" favoráveis aos portugueses, insiste António Filipe que identifica nas áreas como a "legislação laboral e questões de soberania" os temas em que o partido pretende ver empreendidos esforços.  

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