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Casa Branca quer regularizar "sonhadores" em troca de muro com México

Os Republicanos têm uma proposta, veementemente rejeitada pelos Democratas, que passa por fazer dos 800.000 imigrantes abrangidos pelo DACA reféns de uma negociação ainda pouco clara, sublinha o El País.

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Na passada terça-feira, 5 de Setembro, o procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, anunciou o fim do programa DACA (acrónimo para a expressão Deferred Action for Childhood Arrivals), que protegia da deportação os imigrantes ilegais que tenham entrado nos Estados Unidos ainda crianças. O argumento – validado por Trump – é o de que a decisão tomada em 2012 por Barack Obama, que criou o programa através de ordem executiva, foi inconstitucional. 

 

Desde essa decisão, muitas têm sido as expressões de repúdio, incluindo do próprio Obama, e não se sabe ainda que moldes poderá vir a ter uma eventual efectivação da medida. Este programa para os chamados "dreamers" (sonhadores – estimados em cerca de 800.000) ainda vigora até Março de 2018 e muita água há-de correr.

 

Donald Trump escreveu na sua conta pessoal do Twitter, logo no dia seguinte ao anúncio da decisão, que "voltará a analisar o assunto" se o Congresso não agir até Março que vem, "o que parece contradizer a anterior postura da Administração norte-americana" – de que apenas uma alteração legislativa mudará o DACA, refere a NBC News.

 

A proposta republicana – rejeitada pela ala democrata – visa, em troca de deixar incólumes os 800.000 afectados por esta medida, que se obtenham fundos para financiar a construção do muro ao longo da fronteira dos EUA com o México. A isto o El País chama de "colocar um preço no futuro dos ‘dreamers’".

 

E a propósito deste reacendimento do tema ‘muro com o México’, o artista e fotógrafo JR – conhecido como o Bansky francês – pôs mãos à obra. JR viajou até ao México e, do lado da fronteira deste país com os EUA, começou a deixar fotografias gigantes, que a multiplataforma de media e entretenimento Mashable diz serem "de partir o coração".

 

Ainda sem muro à vista, o certo é que Trump continua a fixar-se nessa ideia. Mas fazer 800.000 pessoas reféns da construção dessa barreira é algo que está a gerar grande controvérsia, a ponto de 16 estados norte-americanos terem já saído em defesa dos ‘sonhadores’ e intentado uma acção conjunta em tribunal contra a decisão do presidente.

 

O tema do emprego é também um factor a ter em consideração. Com efeito, a decisão do presidente norte-americano de interromper o funcionamento do mecanismo de integração de jovens imigrantes indocumentados é considerada por uma das advogadas especialistas em imigração da Florida como contraproducente, já que arrisca reduzir o número de empregos criados, ao contrário do prometido por Donald Trump.


"Muitos dos trabalhos feitos pelos imigrantes nos EUA são trabalhos que os americanos simplesmente não querem, tal como empregos na agricultura. (…) Esta decisão resultará numa perda significativa de empregos e provavelmente não levará a que mais americanos fiquem empregados," disse ao Negócios Rebeca Sanchez-Roig, sócia-gerente da Sánchez-Roig Law, uma firma de advogados sediada em Miami.

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