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Obama lamenta "sombra" lançada por Trump sobre 800 mil jovens indocumentados

O ex-presidente norte-americano Barack Obama lamentou a "sombra" lançada pelo seu sucessor, Donald Trump, sobre cerca de 800 mil jovens indocumentados, ao acabar com o programa DACA, que os protegia da deportação, considerando a decisão "cruel" e "errada".

05 de Setembro de 2017 às 23:49
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"Uma sombra foi lançada sobre alguns dos nossos melhores e mais brilhantes jovens. Apontar a estes jovens é errado (...) e é cruel", afirmou Barack Obama esta terça-feira, 5 de Setembro, em comunicado.

 

"Trata-se de jovens que cresceram na América, crianças que estudaram nas nossas escolas, jovens adultos que iniciaram a sua vida profissional, patriotas comprometidos com o respeito da nossa bandeira", sublinhou o antigo Presidente. 

 

O procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, anunciou hoje que a Casa Branca vai terminar de forma gradual com o programa que protege 800 mil jovens indocumentados que chegaram aos EUA em crianças.

 

Numa declaração à imprensa, Jeff Sessions disse que a acção executiva assinada por Barack Obama em 2012 era "um exercício inconstitucional de autoridade do ramo executivo" e "uma ação de amnistia executiva unilateral", que "negava trabalhos a centenas de milhares de americanos, permitindo a imigrantes ilegais ficarem com esses trabalhos".

 

Desta forma, a Administração norte-americana dá um prazo para o Congresso dos EUA encontrar uma solução legal para as pessoas protegidas pelo programa, conhecido como "Deferred Action for Childhood Arrivals" (DACA).

 

"Congresso, preparem-se para fazer o vosso trabalho - DACA!", escreveu o Presidente dos EUA no Twitter. O programa, que foi lançado em 2012 por Barack Obama, permite a jovens que foram levados para os EUA em criança de forma ilegal receberem protecção contra deportação, autorização de trabalho e número de segurança social.

 

Numa segunda mensagem, Trump disse: "Não se enganem, vamos colocar o interesse dos CIDADÃOS AMERICANOS PRIMEIRO! Os homens e mulheres esquecidos não serão mais esquecidos."

 

Uma lei para proteger estes jovens tem apoio nos dois partidos, na Câmara dos Representantes e no Senado, mas enfrenta forte oposição de alguns republicanos, que consideram a iniciativa uma amnistia, e uma agenda legislativa já muito preenchida, com a reforma fiscal, a aprovação de um novo orçamento e um novo limite de endividamento do país.

 

O Estado norte-americano calcula que 2,1 milhões de pessoas possam beneficiar do programa, que não inclui pessoas com mais de 31 anos ou que tenham chegado depois de 2007.

 

Neste momento, 750 mil pessoas usufruem das suas protecções, o que lhes permitiu ir para a universidade, trabalhar de forma legal, visitar o país de origem e ter carta de condução.

 

As únicas diferenças destas pessoas para um cidadão norte-americano é que não têm passaporte, não podem votar e podem ser deportados se cometerem algum crime.

 

O fim deste programa deverá afectar centenas de portugueses, segundo fontes da comunidade, embora as autoridades não divulguem dados sobre a nacionalidade dos que agora são atingidos pela medida.

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