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António Costa: "Estou naturalmente disponível para liderar" o PS e "garantir um Governo sólido em Portugal"

"Estou naturalmente disponível para assumir a responsabilidade de liderar essa mudança e garantir um Governo sólido em Portugal", afirmou António Costa esta terça-feira, depois de já ter avisado que a vitória eleitoral do PS soube "a pouco".

Bruno Simão/Negócios
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O presidente da Câmara de Lisboa assumiu esta terça-feira, 27 de Maio, que está disponível para "tudo", nomeadamente para concorrer à liderança do Partido Socialista. Uma confirmação que veio pela voz de António Costa e que chega depois de o próprio ter dito que a vitória eleitoral dos socialistas no domingo soube "a pouco".

 

"É manifesto que Portugal precisa de uma solução de Governo forte, que garanta a mudança que os portugueses exigem. Sinto que é meu dever corresponder àquilo que é o anseio que sinto ser da maioria dos socialistas e da maioria dos cidadãos que, não sendo socialistas, acham que posso - e tenho o dever de - dar um contributo ao País", declarou o presidente da Câmara de Lisboa na inauguração de um monumento a Maria José Nogueira Pinto, na Avenida Ribeira das Naus, em Lisboa, em declarações transmitidas pelas televisões nacionais.

 

Para António Costa, é um "dever" assumir "essa responsabilidade". "Estou naturalmente disponível para assumir a responsabilidade de liderar essa mudança e garantir um Governo sólido em Portugal porque isso é essencial para a mudança que os portugueses disseram muito expressivamente querer" nas eleições europeias, acrescentou em declarações aos jornalistas.

 

"Estou naturalmente disponível para assumir a responsabilidade de liderar essa mudança e garantir um Governo sólido em Portugal porque isso é essencial para a mudança que os portugueses disseram muito expressivamente querer".
 
António Costa, 27 de Maio

 

"Seria imperdoável" para Costa não se mostrar disponível

 
Ser primeiro-ministro "não depende só de mim"

A 30 de Janeiro de 2014, António Costa esteve na redacção do Jornal de Negócios. Uma das perguntas feitas foi se assumiria um compromisso para regressar, um ano e meio depois, no cargo de primeiro-ministro.

 

"Posso combinar vir cá dentro de um ano e meio. Agora, nessas condições, não depende de mim".

 

"Depende de quem? Gostava de vir a ser primeiro-ministro?"

 

"(Pausa) Se eu gostava de vir a ser primeiro-ministro? Não é uma questão que se goste. Ou se é ou se não se é. Não é uma questão de se gostar. Ou se quer ou não se quer. Os outros querem ou não querem. Não é uma coisa que depende só de nós".

 

O destacado socialista afirmou, no evento enquanto presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que "as pessoas" lhe dizem que tem "um dever para com o País". "Seria imperdoável perante a minha consciência", disse, não mostrar essa disponibilidade.

 

Esta quarta-feira, segundo Costa, haverá uma reunião com José António Seguro: "Estou naturalmente disponível para tudo e falarei amanhã com o secretário-geral" do Partido Socialista. "Não quero que haja qualquer tabu", adiantou ainda. 

 

Alterar liderança não é fácil

 

Sobre a comissão nacional do PS, que irá ocorrer no próximo sábado 31 de Maio, António Costa não se quis alongar, dizendo não querer "estar a discutir formalidades". Mas será nesse órgão partidário que se debaterão os resultados das eleições para o Parlamento Europeu.

 

De acordo com o jornal "Expresso", tendo em conta os estatutos do PS, são necessárias eleições directas e um Congresso extraordinário para eleger um novo secretário-geral. Neste momento, não há nenhum Congresso marcado até às próximas legislativas, em 2015. Esse Congresso terá de ser convocado pelo actual líder, Seguro, ou poderá, então, ser exigido por um número mínimo de assinaturas para essa convocação. 

 

Uma cascata de desagrados

 

A confirmação da disponibilidade de António Costa para "assumir responsabilidades" perante o País acontece depois de ter repetido, por várias vezes, o desagrado com os resultados eleitorais do PS.

 

No domingo, na ressaca da noite eleitoral em que o Partido Socialista venceu com 31,5% dos votos a apenas 3,8 pontos percentuais de distância da coligação Aliança Portugal (PSD e CDS/PP), António Costa afirmou que "apesar de tudo, o PS ganhou estas eleições e de uma forma clara" mas o destacado militante do partido sublinha que os socialistas não podem chegar às eleições legislativas de 2015 com a expectativa de repetir este resultado "Se o PS chegar às legislativas com este resultado é o empastelamento total", disse no programa da SIC-Notícias "Quadratura do Círculo".

 

Na segunda-feira, o político socialista afirmou que "a vitória não pode voltar a saber a pouco", em declarações ao jornal digital "Observador".

 

Nos jornais desta terça-feira, é dado um grande destaque para o facto de os críticos de António José Seguro questionarem a liderança socialista. António Costa, Carlos César e Mário Soares foram alguns dos grandes nomes do PS a criticar a frágil vitória socialista no sufrágio para o Parlamento Europeu.

 

Hoje, Costa voltou a dizer que "é muito claro que, perante os resultados eleitorais, à derrota histórica do PSD/CDS, não correspondeu a vitória histórica que o PS tem de ambicionar ter nas próximas legislativas". 

 
Uma liderança que já esteve em cima da mesa?

Em Janeiro de 2013, alguns meios de comunicação social noticiaram que António Costa poderia avançar com uma candidatura a secretário-geral do Partido Socialista.

 

No entanto, durante a reunião da Comissão Política Nacional do PS, que decorreu a 30 de Janeiro desse ano, o autarca de Lisboa optou por não apresentar a sua candidatura.  

 

"O secretário-geral correspondeu muito positivamente à proposta que eu apresentei e acho que foram criadas condições para trabalharmos todos para fortalecer a unidade do PS e para podermos ter uma alternativa forte ao actual Governo", afirmou António Costa à saída da reunião.

 

"Acho que vamos poder todos trabalhar nos próximos dias para poder tentar construir uma alternativa forte do Partido Socialista que fortaleça o PS nas candidaturas autárquicas e que permita unir o partido evitando uma confrontação que neste momento, a todos os títulos não era desejável", acrescentou o autarca de Lisboa nessa altura.

 

(Notícia actualizada com mais informações às 13h25)

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