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Líderes do aparelho saem em defesa de Seguro

António Costa pode vir a precisar das federações distritais para poder disputar liderança. Para já, a contabilidade geral não lhe é favorável, mas as estruturas concelhias podem mudar o resultado.

Paulo Duarte/Negócios
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No Alentejo ao Alto Minho, passando por Trás-Montes, os presidentes de metade das federações distritais do PS cerraram fileiras em torno de António José Seguro. Entre os apoiantes de António Costa a contabilidade geral é desvalorizada, já que em directas são os militantes de base quem manda. Mas antes disso há um obstáculo a ultrapassar: a convocação de um congresso extraordinário, que a actual direcção do partido parece não querer facilitar.

Évora, Beja, Viana, Porto, Oeste, Santarém, Braga, Setúbal, Coimbra, Bragança, Madeira. Ao longo da tarde desta terça-feira, os apoios dos líderes das federações distritais do PS foram chegando cadenciados à agência Lusa. Declaração após declaração, todos foram mostrando perplexidade face ao apelo sentido por António Costa para se candidatar à liderança do PS e, através dela, devolver um "Governo forte" ao País.

Além do sinal de unidade em torno do líder, a posição dos responsáveis pelo aparelho local do PS sinaliza igualmente que António Costa não terá o caminho facilitado. Para que possa apresentar-se como alternativa a Seguro, o actual presidente da câmara precisa que sejam convocadas eleições e, com elas, um congresso extraordinário. E, para lá chegar, das três uma: ou António José Seguro ou a Comissão Nacional aceitam convocá-lo ou o actual presidente da câmara tem de começar a contar espingardas entre as maiores federações distritais do partido. De acordo com os estatutos, precisa que a maior parte das federações estejam ao seu lado, com uma maioria global de votos.

Para já, só Aveiro, Vila Real e Lisboa se mostraram inequivocamente a favor de Costa, e, do Largo do Rato, a mensagem é de inflexibilidade: António José Seguro não estenderá o tapete a Costa, que terá de lutar pelos votos. Maria de Belém, presidente do partido, foi a primeira a fixar a fasquia: "De acordo com os estatutos está muito claro como é que pode ser feito um congresso extraordinário".

Mas entre os apoiantes do presidente da câmara de Lisboa mantém-se a convicção de que Seguro acabará por tomar a iniciativa. Para não dar sinal de fraqueza política e de medo, e para clarificar a situação interna. É o caso de Pedro Delgado Alves, que diz ter "a certeza de que o secretário-geral tem todo o interesse em marcar o Congresso". Até porque "não é sustentável manter-se durante um ano à frente da liderança do partido sabendo toda a gente que ele fugiu ao combate com Costa", considera uma outra fonte. Vieira da Silva é da mesma opinião: "O País e a base social do PS não compreenderiam que a iniciativa de António Costa fosse respondida de forma administrativa".

Qual o peso das federações?

Mesmo que venha a ser preciso contar espingardas e ir a votos, entre os apoiantes de António Costa acredita-se que a posição dos presidentes das federações distritais não é necessariamente relevante para aferir o apoio das estruturas locais.

Para sufragar o congresso extraordinário as federações distritais teriam de reunir as respectivas comissões políticas, e, embora esse fórum tenda a ser dominado por militantes alinhados por presidentes, outros há fortemente divididos. É o caso do Porto, onde as concelhias estarão com Costa, em desalinho com a federação. Além disso, aposta-se igualmente nas dinâmicas internas. Afinal, o PS é um partido de poder, e as estruturas locais alinhar-se-ão com quem tem maior probabilidade de o conquistar. O mesmo princípio servirá para as eleições directas, e para a avaliação dos militantes, acredita-se.

 
PSD Lisboa quer eleições na câmara

O líder da distrital do PSD de Lisboa reclamou esta terça-feira a realização de eleições antecipadas para a câmara da capital. Em declarações à TSF, horas depois de António Costa ter anunciado que quer disputar a liderança do PS, Miguel Pinto Luz defendeu que o lugar de Presidente da Câmara de Lisboa não pode ser feito a meio tempo, antecipando uma "batalha e um processo complicado dentro do PS".

 

"As fracturas são grandes e percebe-se que há uma divisão grande no PS. Portanto, [isto] obrigará a um empenho grande por parte da António Costa", sustentou, desafiando o autarca a "clarificar se fica ou sai". "Claro que tem o número dois que poderá ocupar esse lugar. Nada me move contra o seu número dois, mas tenho a dizer que não foi este o projecto que foi colocado a 29 de Setembro", concluiu Pinto Luz.  

 

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