"É inevitável fazermos uma avaliação de muitas coisas que não correram bem na coligação e que podem correr melhor, aspectos da condução e coesão da coligação e aspectos também das políticas que têm de ser implementadas. Tem de haver uma preocupação grande ao nível social e uma abertura para se repensar o próprio Estado para ser possível a aspiração de baixar os impostos e a carga que existe hoje sobre famílias e empresas", disse aos jornalistas, ainda durante a reunião do órgão máximo centrista entre congressos, na sede lisboeta.

Anacoreta Correia, crítico da liderança de Paulo Portas através do Movimento Alternativa e Responsabilidade, desejou também maior "abertura efectiva (dos partidos) para repensar o sistema político".

"Alguns militantes, nos quais me incluo, perceberam que, para este projecto de coligação ser realmente vencedor, tem de ser mais do que um acordo de poder. Tem de ser um acordo de política. Pomos uma grande expectativa no (futuro) programa (eleitoral) e numa atitude que não pode deixar de ser de grande abertura à cidadania e a cidadãos independentes, a quem, dentro dos partidos, tem tido a coragem de ser exigente e muitas vezes crítico", afirmou.

O dirigente centrista manifestou-se crente de que a actual maioria governamental e parlamentar poderá sair vencedora do próximo sufrágio e com "esperança" em ter "uma maioria, embora hoje isso seja menos evidente". "Se a coligação tiver essa capacidade, de não afastar quem é crítico, porque exige e espera mais de si, tem um caminho largo pela frente", completou.