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Powell destaca riscos para a economia dos EUA e renova expectativas de corte nos juros

O presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos voltou a destacar os riscos que pesam sobre as perspetivas para a economia norte-americana, renovando as expectativas do mercado de que o banco central está preparado para descer os juros este mês, pela primeira vez em mais de uma década.

EPA
10 de Julho de 2019 às 14:39
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O presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, Jerome Powell, voltou a garantir que o banco central vai atuar "de forma apropriada" para apoiar o crescimento da economia norte-americana, devolvendo ao mercado as expectativas de um corte nos juros no final deste mês.

 

Nas notas preparadas para a sua audição no Congresso, esta quarta-feira, o líder da Fed admite que as preocupações em torno da política comercial e uma economia global fraca "continuam a pesar nas perspetivas para a economia dos Estados Unidos" e que, nesse contexto, o banco central se mantém "preparado para agir de forma apropriada" para apoiar a expansão da economia.

 

Powell contrasta o "cenário base" da Fed, de um crescimento económico contínuo, com um conjunto considerável de riscos, incluindo uma taxa de inflação persistentemente baixa, crescimento fraco noutras grandes economias mundiais e uma descida do investimento das empresas motivada pela incerteza sobre a duração e impacto da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.

 

Na reunião de junho, os responsáveis da Fed sinalizaram que esses riscos poderiam justificar um corte na taxa diretora e "desde então, com base nos dados revelados e outros desenvolvimentos, parece que as incertezas em torno das tensões comerciais e as preocupações sobre a robustez da economia mundial continuaram a pesar sobre o ‘outlook’ dos Estados Unidos", reconhece Powell.   

 

"O aparente progresso na frente comercial transformou-se em maior incerteza, e os nossos contactos nas empresas e na agricultura relataram maiores preocupações sobre os desenvolvimentos comerciais", acrescentou Powell, notando que o investimento das empresas, uma componente importante do crescimento económico, "parece ter desacelerado notavelmente" nos últimos meses.

 

O crescimento geral também "moderou", segundo o presidente da Fed, ao mesmo tempo que "há o risco de a inflação fraca ser ainda mais persistente do que prevemos atualmente".

 

As palavras do líder da Reserva Federal reforçam a expectativa de que a autoridade monetária deverá anunciar uma descida de 25 pontos base na taxa diretora na reunião do final deste mês, depois de essa ideia ter ganhado força no início do mês passado, e voltado a perder recentemente, com a divulgação de dados mais positivos do que era esperado.

 

Foi o caso dos dados sobre a criação de postos de trabalho nos Estados Unidos, em junho, que foram melhores do que era antecipado, e que levaram o mercado a rever em baixa as suas estimativas para um corte dos juros.

 

Essa mudança de visão tem inclusivamente penalizado os mercados bolsistas, que registaram subidas consecutivas depois de, a 4 de junho, Jerome Powell ter aberto claramente a porta a um travão no processo de normalização dos juros nos Estados Unidos.   

 

A Fed começou a subir os juros em dezembro de 2015 e, desde, dezembro do ano passado, que a taxa diretora permanece no intervalo entre 2,25% e 2,5%. A confirmar-se um corte no final deste mês, será o primeiro desde dezembro de 2008.

 

Nesta altura, o mercado atribuiu uma probabilidade de 94% de a descida a anunciar ser de 0,25% e de 6% de o corte ser de 0,5%.

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