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Fed vai subir quatro vezes as taxas de juro este ano, estimam economistas

A Reserva Federal (Fed) deverá aumentar por quatro vezes até ao final do ano as taxas de juro de referência nos EUA, estimam os economistas contactados pelo MarketWatch esta sexta-feira.

Republicanos e democratas disputam o voto popular nas eleições intercalares de 2018, com a disciplina orçamental inteiramente ausente e os cortes de impostos do partido republicano a trazerem uma forte queda de receitas que se deteriorará enquanto os EUA caminham para uma recessão. A debilidade da economia, a par com taxas de juro mais altas e um aumento da inflação, deixarão a Reserva Federal sem respostas em matéria de política monetária. A Fed vai ser o bode expiatório do fraco desempenho económico, da turbulência no mercado obrigacionista e do agravamento das desigualdades. O Departamento do Tesouro assumirá novos poderes e obrigará o banco central a limitar a rendibilidade das obrigações do Tesouro a 2,5%, para evitar uma queda do mercado da dívida, política essa esteve pela última vez em vigor logo a seguir à Segunda Guerra Mundial.
reuters
Pedro Curvelo pedrocurvelo@negocios.pt 27 de Abril de 2018 às 17:05

A Reserva Federal deverá agravar a taxa de juro de referência dos EUA por mais quatro vezes em 2018. As previsões dos economistas surgem após ser divulgado hoje o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano, que se situou em 2,3%, e o índice de custo do trabalho (ECI), que acelerou 0,8%, referentes ao primeiro trimestre.

Os dados agora divulgados mostram crescentes pressões inflacionistas e levarão a Fed a subir as taxas por quatro vezes este ano, em vez das três vezes que eram estimadas em Março, consideram os economistas.

"Os dados da inflação estão no segundo nível de alerta [corresponde a preparação]", disse Paul Ashworth, economista-chefe da Capital Economics.

"Toda a gente acha que haverá quatro subidas. Estamos no meio de um aborrecido consenso", acrescentou.

No entanto, é largamente consensual que a instituição liderada por Jerome Powell não irá aumentar as taxas na reunião da próxima semana (a 1 e 2 de Maio).

O índice de custo de trabalho, um indicador da evolução dos salários, aumentou 0,8% no primeiro trimestre. Este é o ritmo mais elevado na última década.

"Não são dados que mereçam um grande alarme, mas apoiam a nossa nova estimativa de quatro subidas das taxas este ano em vez de três", assinalou Ian Shepherdson, economista-chefe na Pantheon Macroeconomics.

Os números hoje divulgados mostram ainda que índice de preços nas despesas de consumo particular cresceram 2,5% no trimestre, acima da meta de 2% para a inflação definida pela Fed.

Scott Brown, economista-chefe na Raymond James, acredita que a Reserva Federal irá aumentar as taxas em 25 pontos base em cada trimestre até ver a economia abrandar.

"Nos últimos anos, o objectivo da Fed era lentamente ir tirando o pé do acelerador, agora a questão é quão rapidamente precisa de carregar no travão", afirmou.

Esta visão tem fortalecido o dólar nos mercados, com a moeda norte-americana a negociar em alta face às principais divisas mundiais. 

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