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Fed antecipa fortalecimento da economia e subida da inflação

Os responsáveis da Reserva Federal norte-americana consideraram, unanimemente, na sua última reunião de política monetária, que a economia continua na via do crescimento e que a inflação deverá continuar a subir.

Bloomberg
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Na última reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos, que ocorreu a 20 e 21 de Março, todos os responsáveis da Fed foram da opinião que a economia continuará a crescer e que a inflação também subirá nos próximos meses, a caminho da meta de 2% visada pelo banco central.

Nas actas da reunião da Fed, hoje divulgadas, é assim sublinhada a robustez da economia dos EUA nos últimos meses e antecipa-se que o reforço da confiança dos consumidores deverá reaproximar a taxa de inflação do objectivo dos 2%, o que dá mais força à ideia de que o ritmo de normalização da política monetária poderá ser acelerado – podendo haver quatro subidas de juros este ano, em vez dos três inicialmente projectados.

 

Esta expectativa contribuiu de imediato para a valorização do dólar, que seguia em queda pelo quarto dia consecutivo nos mercados cambiais. Depois de ter chegado a negociar em mínimos de duas semanas ao longo da sessão, a divisa norte-americana inverteu e passou para ganhos ligeiros no índice da Bloomberg que mede o comportamento do dólar contra um cabaz composto pelas principais moedas mundiais. 

O novo presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, presidiu à sua primeira reunião de política monetária do banco central com o esperado aumento de 25 pontos base da taxa dos fundos federais, que passou para um intervalo entre 1,50% e 1,75%.

 

A recuperação do mercado laboral e da taxa de inflação dos EUA justificaram esta decisão, anunciada a 21 de Março, que fez aliás com que as estimativas dos analistas para o número de subidas em 2018 dos juros norte-americanos passassem de três para quatro. Os analistas do Barclays e do Berenberg, por exemplo, consideram que quatro aumentos dos juros em 2018 parecem apropriados e consistentes com o objectivo de normalização gradual da política monetária.

 

Mas apesar de o próprio Powell ter já dado a entender que poderá haver quatro aumentos dos juros, os responsáveis da Fed mantiveram em Março a sua previsão de apenas três subidas, à semelhança do que aconteceu em 2017.

 

Os responsáveis do Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC) sublinharam que "o panorama económico fortaleceu nos últimos meses", tendo por isso reiterado que antecipavam "novos ajustamentos graduais na política monetária".

 

Fed admite que guerra comercial é um "risco negativo"

 

A instituição liderada por Jerome Powell admite que uma eventual espiral de medidas proteccionistas no âmbito de uma guerra comercial se apresenta como um "risco negativo" para a economia global e também para a economia dos Estados Unidos. Nas actas pode ler-se que a mera ameaça de tarifas pode ter impacto suficiente para penalizar a economia.

 

No entanto, a verdade é que uma eventual guerra comercial entre os EUA e a China passou, em grande medida, ao lado das actas hoje conhecidas. A expressão "comércio" surge referida apenas quatro vezes e "tarifas" somente surge em duas ocasiões.

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