Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Fed mantém taxa de juro e diz que inflação está perto da meta

A Reserva Federal decidiu manter a taxa de juro inalterada, mas sinalizou que a inflação está perto da meta. Os investidores esperam uma subida de juros em Junho.

Republicanos e democratas disputam o voto popular nas eleições intercalares de 2018, com a disciplina orçamental inteiramente ausente e os cortes de impostos do partido republicano a trazerem uma forte queda de receitas que se deteriorará enquanto os EUA caminham para uma recessão. A debilidade da economia, a par com taxas de juro mais altas e um aumento da inflação, deixarão a Reserva Federal sem respostas em matéria de política monetária. A Fed vai ser o bode expiatório do fraco desempenho económico, da turbulência no mercado obrigacionista e do agravamento das desigualdades. O Departamento do Tesouro assumirá novos poderes e obrigará o banco central a limitar a rendibilidade das obrigações do Tesouro a 2,5%, para evitar uma queda do mercado da dívida, política essa esteve pela última vez em vigor logo a seguir à Segunda Guerra Mundial.
Jerome Powell, atual presidente da Fed, que sucedeu no início deste ano a Janet Yellen. reuters
02 de Maio de 2018 às 19:51
  • ...

A taxa de juro norte-americana manteve-se inalterada entre 1,5% e 1,75%. A decisão foi tomada de forma unânime esta quarta-feira, 2 de Maio, pelos governadores da Reserva Federal, agora liderada por Jerome Powell, o sucessor de Janet Yellen. Mas a Fed deixou um sinal importante para o futuro ao reconhecer que a inflação está perto da meta, tal como tinha antecipado em Abril.

Depois do aumento na primeira reunião de Powell, os governadores preferiram não aumentar de novo a taxa directora, cumprindo a intenção do actual presidente da Fed de fazer uma subida "gradual". "A política monetária continua acomodatícia, assim ajudando as condições fortes do mercado de trabalho e um sustentado regresso da inflação aos 2%", refere o comunicado divulgado após a reunião de dois dias.

Existem vários sinais de optimismo. "O comité espera que as condições económicas evoluam de forma a garantir mais aumentos graduais na taxa de juro", indica o Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC), destacando que os riscos a médio-prazo são "equilibrados" e retirando a referência a "riscos de curto-prazo".

A Fed assinala ainda que a inflação está, "no médio-prazo", perto da meta definida pelo banco central norte-americano. Na segunda-feira foi revelado que em Março a inflação chegou aos 2% pela primeira vez desde abril de 2012.

Apesar de notar que o crescimento do investimento empresarial está forte, a Fed deixou cair uma referência dada em Março do "fortalecimento nos meses recentes" do crescimento económico, nota a Bloomberg. Isto porque o PIB norte-americano cresceu 2,3% no primeiro trimestre deste ano, o que compara com uma média de 3% nos últimos três trimestres.

A taxa directora tinha sido aumentada em Março, mas não era expectável que voltasse a aumentar na reunião deste mês. Ainda assim, as pressões inflacionistas nos Estados Unidos (EUA) já levaram os economistas a rever em alta a previsão para subidas este ano de três para quatro.


De acordo com a Bloomberg, os investidores esperam que a taxa de juro suba pela segunda vez este ano na reunião da Fed de Junho. No ano passado, a Fed, ainda liderada por Janet Yellen, subiu três vezes a taxa directora.

Ver comentários
Saber mais presidente da Fed Reserva Federal Fed FOMC Jerome Powell Janet Yellen Comité Federal de Mercado Aberto Estados Unidos EUA política monetária
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio