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Reserva Federal propõe novas regras para os requisitos de capital em Wall Street
O banco central norte-americano (Fed) propôs esta terça-feira novas regras que poderão ajudar alguns grandes bancos a reduzirem o nível do capital exigido como "almofada" apara amortecer eventuais choques económicos. Mas a maioria das grandes instituições financeiras poderá mesmo ter de reforçar esse montante.
A Reserva Federal (Fed) norte-americana apresentou hoje uma proposta com novas regras para os requisitos de capital das grandes empresas de Wall Street que poderão abrir caminho a que alguns grandes bancos reduzam os seus níveis de capital no futuro, mas que a Fed considera que não deverão aliviar grandemente as maiores empresas do sector financeiro, avançou a Reuters.
Nos termos da proposta, espera-se que diminua grande parte da burocracia na banca e que seja mais fácil para os reguladores monitorizarem a saúde financeira dos bancos, comentou à agência noticiosa o principal responsável da Fed pela área da regulação, Randal Quarles.
"As nossas medidas regulatórias são mais eficazes quando são o mais simples e transparentes possíveis", acrescentou Quarles, que é vice-presidente do departamento de supervisão do banco central norte-americano.
Segundo a Fed, liderada por Jerome Powell, estas propostas poderão levar até a um aumento do capital exigido aos 30 maiores bancos do país, conhecidos como GSBIB’s (bancos globais sistemicamente importantes – global systemically important banks).
Recorde-se que durante a crise financeira que teve início em 2008 nos EUA e contagiou o mundo inteiro, muitos bancos considerados "demasiado grandes para falir" tiveram de contar com os contribuintes para serem resgatados.
Depois disso, têm vindo a ser introduzidas normas regulatórias a nível mundial no sentido de evitar uma réplica daquela crise no futuro.
Essas regras dizem respeito, nomeadamente, à transparência dos instrumentos financeiros e à tomada de risco por parte do sector financeiro, onde se incluem os requisitos de capital destinados a amortecer eventuais choques – daí que haja também os chamados ‘testes de stress’ nos Estados Unidos e Europa, que visam avaliar a resiliência do sector financeiro a cenários hipotéticos de descarrilamento das economias.
Os bancos e outras partes interessadas dispõem agora de 60 dias para comentarem estas propostas da Fed que, possivelmente, poderão entrar em vigor no próximo ano.