Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Trump volta a ameaçar a China com tarifas adicionais e preferia ter Draghi na Fed

Fiel ao seu estilo, o presidente dos Estados Unidos mostra-se otimista quanto às possibilidades de Washington e Pequim alcançarem um acordo comercial que evite o recurso a novas taxas alfandegárias reforçadas. Porém, Donald Trump já vai avisando que sem acordo os EUA aplicarão tarifas adicionais sobre os bens importados da China.

Reuters
26 de Junho de 2019 às 15:17
  • ...

Se os Estados Unidos e a China não fecharem um acordo que permita equilibrar a relação comercial entre as duas maiores economias mundiais, Washington irá adotar "tarifas adicionais" e "muito substanciais" sobre os produtos chineses, avisa o presidente norte-americano Donald Trump.

Em entrevista à Fox e acerca do encontro com o homólogo chinês, Xi Jinping, previsto para o próximo sábado, à margem, da cimeira do G20 que decorre na próxima sexta-feira e sábado, em Osaka, no Japão, Donald Trump admite que se não alcançar um acordo com o presidente da China então os Estados Unidos vão intensificar a disputa comercial.  

"Irei adotar tarifas adicionais, tarifas adicionais muito substanciais se [a reunião] não resultar, se não alcançarmos um acordo", atirou Trump em declarações à Fox reproduzidas pela agência Reuters. Donald Trump fala ainda num "plano B" para o caso de não obter um acordo com Pequim, e diz mesmo que esse até pode ser o seu "plano A" - até porque, na verdade, é isso que já se verifica nesta altura.

"O meu plano B em relação à China é embolsar milhares de milhões e milhares de milhões de dólares por mês e fazermos cada vez menos negócios com eles", disse admitindo que "talvez" esse seja mesmo o seu "plano A". Todavia, Trump coloca a possibilidade de novas tarifas serem fixadas nos 10% e não nos 25% hoje pagos por diversos bens chineses importados pelos EUA.

O líder americano admite, contudo, existirem possibilidades de ser obtido um acordo capaz de evitar o recurso a tarifas aduaneiras reforçadas durante o encontro marcado para sábado.

A entrevista de Trump surge no mesmo dia em que o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, garantia, à CNBC, que, nesta fase, Washington e Pequim já percorreram "90% do caminho" com vista a um acordo. No entanto, este otimismo de Mnuchin deve ser lido com alguma reserva na medida em que também pouco antes de as conversações terem bloqueado em maio houve declarações de ambas as partes a sinalizar as condições alcançadas para fechar um compromisso.

O líder do Tesouro diz que falta acordar 10% dos termos para o acordo e Trump adianta que Pequim conhece perfeitamente aquilo que os EUA exigem para dar as negociações por concluídas com um desfecho positivo. Além da questão relacionada com o direito de propriedade, Washington exige condições de reciprocidade para as empresas americanas a operar, ou que queiram entrar, no mercado chinês.

O encontro entre os dois líderes é há largas semanas aguardado com grande expectativa nos mercados, havendo, da parte dos analistas, a perspetiva de que do mesmo não saia ainda um acordo final mas, pelo menos, uma espécie de cessar-fogo que permita suster a espiral protecionista em que consiste esta disputa comercial EUA-China promovida pela administração Trump.

As taxas alfandegárias reforçadas mutuamente impostas abrangem 250 milhões de dólares e atingem já o comércio de ambos os países. Apesar de o défice comercial dos EUA ter encolhido em 2,1% em abril, agravou-se em 29,7% nas trocas com a China. Regista-se ainda uma diminuição das exportações e das importações realizadas por Washington.

Trump gostava de ter Draghi na Fed em vez de Powell

Na longa entrevista concedida à estação televisiva conservadora, que é também a mais alinhada com a presidência de Trump, o líder norte-americano voltou a atacar o presidente da Reserva Federal dos EUA.

Trump considera que o líder do banco central americano está a fazer um "mau trabalho" e volta a pressioná-lo para que decida baixar os juros para que os EUA garantam melhores condições para competir com as restantes economias, em particular com a China. Depois de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, ter afirmado, na semana passada, estar disposto a voltar a fazer o necessário para manter a Zona Euro a crescer, abrindo assim a porta a novas descidas dos juros, Donald Trump, que gostaria de ver acontecer o mesmo nos EUA, disse que preferia ter o italiano à frente do banco central americano "em vez do nosso homem da Fed".

Apesar de manter que no âmbito das suas prerrogativas presidenciais está a possibilidade de afastar o líder da Fed, hipótese contestada por diversos especialistas, Trump garante nunca ter surgido fazer nada nesse sentido.

Já quanto a um dos temas mais sensíveis da atualidade, Trump reiterou que não pretende avançar com nenhum tipo de confrontação militar com o Irão, porém insistiu que, a ter de acontecer, a mesma não "demoraria muito" dada a enorme superioridade militar norte-americana.

Ver comentários
Saber mais Estados Unidos Donald Trump Xi Jinping China Steven Mnuchin Comércio Fed Juros Irão
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio