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Cinco países árabes cortam relações diplomáticas com o Qatar

Bahrein, Egipto, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Iémen anunciaram o rompimento de relações diplomáticas e o corte de ligações aéreas e marítimas com o Qatar, acusando o país de ingerência e de apoiar o terrorismo.  

05 de Junho de 2017 às 07:34
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A Arábia Saudita afirmou querer "proteger a sua segurança nacional dos perigos do terrorismo e do extremismo", enquanto o Bahrein sustentou a sua decisão acusando Doha de "minar a segurança e estabilidade" do país e de "interferir nos seus assuntos" internos.

 

"A Arábia Saudita tomou esta medida decisiva devido à série de abusos por parte das autoridades de Doha ao longo dos últimos anos (...), por incitar à desobediência e prejudicar a sua soberania", afirmou um responsável saudita, citado pela agência noticiosa oficial SPA.

 

Além disso, prosseguiu, "o Qatar acolhe diversos grupos terroristas para desestabilizar a região, como a Irmandade Muçulmana, o Daesh [acrónimo em árabe do grupo autoproclamado Estado Islâmico]".

 

O Bahrein, por seu turno, culpou o Qatar pelo "incitamento dos 'media', apoio a actividades terroristas armadas e financiamento ligado a grupos iranianos para levar a cabo actos de sabotagem e semear o caos no Bahrein".

 

Na mesma linha, o Egipto, também por via de um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros, justificou o rompimento de relações com o Qatar acusando-o de apoiar "o terrorismo" e de "insistir em adoptar um comportamento hostil relativamente ao Egipto".

 

O governo do Qatar ainda não respondeu ao rompimento de relações diplomáticas anunciado pelo Bahrein, Egipto, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Entretanto juntou-se ao corte diplomático o governo do Iémen, que anunciou hoje o corte de relações com o Qatar, acusando Doha de ligações com os grupos houthis pró-iranianos e de apoio a grupos jihadistas.

 

Todas as nações anunciaram ainda a retirada dos diplomatas do Qatar dos seus territórios, a par com planos para cortar as ligações aéreas e marítimas, sendo que a Arábia Saudita deu ainda conta de que também pretende encerrar a sua fronteira terrestre com o Qatar, deixando-o o efectivamente isolado do resto da península arábica.

 

Neste âmbito, desconhece-se também de que forma a medida vai afectar a transportadora Qatar Airways, uma das maiores companhias de longo curso da região, que cruza frequentemente o espaço aéreo saudita, a qual também ainda não comentou os anúncios. Quanto à companhia aérea Etihad Airways, dos Emirados Árabes Unidos, a operadora aérea anunciou hoje a suspensão dos seus voos de e para o Qatar, pouco depois de Abu Dhabi ter anunciado o corte de relações diplomáticas com Doha.

 

Na sequência dos anúncios de corte de relações diplomáticas, a coligação internacional liderada pela Arábia Saudita que intervém no Iémen anunciou a exclusão do Qatar devido ao "seu apoio ao terrorismo".

 

Além da Arábia Saudita, Bahrein, Egipto, Emirados Árabes Unidos, integram a coligação internacional a Jordânia, Kuwait, Marrocos, Paquistão e Sudão.

 

Este sismo diplomático tem lugar 15 dias depois de uma visita a Riade do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o qual pediu aos países muçulmanos para agirem de forma decisiva contra o extremismo religioso.

 

Estes desenvolvimentos representam um grave revés para o Qatar que, independentemente do seu papel regional, vai acolher o Mundial de Futebol de 2022.

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