O Qatar estará a estudar a possibilidade de realizar uma emissão de obrigações, a uma escala internacional, num montante em linha ou acima do valor da última emissão que realizaram, ou seja, no ano passado. Assim, o valor da emissão de dívida deve ser na casa dos 9 mil milhões de dólares (mais de 7,6 mil milhões de euros), de acordo com fontes da Bloomberg.

As autoridades locais estão em conversações com bancos para determinar qual a melhor altura para concretizar a operação. O Qatar deverá procurar colocar esta dívida entre investidores asiáticos, norte-americanos e europeus. O objectivo é tentar ultrapassar a falta de investidores na região do golfo.

No início de Junho, cinco países árabes cortam relações diplomáticas com o Qatar. Bahrein, Egipto, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Iémen anunciaram o rompimento de relações diplomáticas e o corte de ligações aéreas e marítimas com o Qatar, acusando o país de ingerência e de apoiar o terrorismo. O Qatar apressou-se a dizer que não existia "uma justificação legítima" para o rompimento de relações diplomáticas.

O Qatar é um dos maiores exportadores mundiais de gás natural. Contudo, a colocação de dívida nos mercados internacionais pode ser uma forma do país tentar ultrapassar o défice orçamental causado pela descida dos preços do petróleo. A descida dos preços da matéria-prima, provocou quebras nas receitas que esses países tinham, pelo que, a maioria dos países exportadores de "ouro negro" teve de reorientar os seus orçamentos e encontrar alternativas de financiamento.

De acordo com a Bloomberg, na semana passada, Abu Dabi foi ao mercado com uma emissão de dívida no valor de 10 mil milhões de dólares. E a Arábia Saudita recentemente fez uma emissão de dívida no valor de 12,5 mil milhões de dólares.