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Qatar entre o diálogo e a força

No centro do conflito entre o Qatar e a Arábia Saudita está o novo homem-forte de Riade, Mohammed bin Salman, que não era o favorito dos norte-americanos.

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Parece começar a ser evidente que muita da actual crise no Golfo Pérsico tem que ver com a falência da actual política externa dos Estados Unidos, dividida entre o maior pragmatismo de Rex Tillerson e os interesses empresariais da família Trump. A tentativa de colocar o Qatar como um "estado-cliente" da Arábia Saudita terá muito que ver com os fracassos empresariais de Trump que requeriam financiamento de Doha, como vai sendo divulgado. Mas, tudo somado, existe uma crise de consequências imprevisíveis e que poderá modificar para sempre as relações de força e as alianças no Médio Oriente. E as políticas de energia. O emir do Qatar, Tamim al-Thani, veio quebrar o silêncio e, num discurso sereno mas firme, veio dizer que está aberto ao diálogo, mas que a soberania do Qatar deve ser respeitada. E disse algo que parece ser evidente: as movimentações contra Doha foram planeadas com tempo. O secretário de Estado norte-americano Rex Tillerson já veio dizer que as medidas do Qatar para combater o financiamento do terrorismo são "agressivas" e pediu à Arábia Saudita para aliviar o bloqueio terrestre. As declarações foram feitas na presença do ministro dos Negócios Estrangeiros de Omã em Washington. Uma série de países como o Kuwait e Omã não seguiram a posição agressiva de Riade face a Doha. Tillerson disse também que o Qatar está disposto a sentar-se à mesa em conversações com a Arábia Saudita e os seus aliados para discutir os pedidos destes.

 

Todo este contexto tem que ver com o crescente poder de Mohammed bin Salman na Arábia Saudita, o novo príncipe herdeiro, que substituiu o favorito americano, Mohammad bin Nayef. Bin Salman, que tem estado por trás da intervenção sangrenta da Arábia Saudita no Iémen, é visto como muito próximo de Mohammed bin Zayed, o príncipe herdeiro de Abu Dhabi. Pelo meio fala-se também da influência crescente da empresa de mercenários Blackwater/Academi, muito interessada na região. Mohammed bin Salman, um verdadeiro "falcão" em termos de posição da Arábia Saudita na região, é visto também como a "eminência parda" por trás da "acção punitiva" contra o Qatar. Esta atitude teve como contrapartida reacções negativas na secretaria de Estado norte-americana, na Alemanha e na Turquia. A acção de sedução de Donald Trump na sua visita a Riade fazia parte da estratégia de bin Salman, mas talvez não contasse com a resposta de outras potências envolvidas na questão. Por outro lado, é evidente a derrota da estratégia saudita na Síria e também o problema que causa a relação entre Qatar e Irão para a venda de gás natural à Europa. Bin Salman tem também outro problema pela frente: o resultado da OPV da SaudiAramco, que poderá ficar com resultados abaixo do esperado.

 

China: Portugal é um dos destinos favoritos

 

Portugal é um dos países favoritos de destino dos chineses com maiores rendimentos ("high-net worth individuals", ou HNWI), segundo o "Hurun Report", que entrevistou 304 chineses com rendimentos entre 1,5 milhões e 30 milhões de dólares. O relatório "Immigration and the Chinese HNWI 2017" refere que os Estados Unidos são o destino mais procurado por estes chineses de maiores rendimentos e que desejam ir residir ou ter um destino alternativo no estrangeiro. O Canadá surge em segundo e a Grã-Bretanha aparece em terceiro. Note-se que se o Brexit e uma libra mais barata parecem ser bons motivos de interesse para atrair os chineses mais ricos, acabam por não ter o valor de atracção dos países da América do Norte.

 

Os países mais citados pelos HNWI são os EUA, Canadá, Reino Unido, Austrália, Malta, Portugal e Irlanda. Entre as cidades, Nova Iorque era a quarta cidade preferida, com Los Angeles em primeiro, Seattle em segundo e São Francisco em terceiro. As duas maiores preocupações para os HNWI que buscam emigrar são a educação e o ambiente onde vivem, que representam 76% e 84% das citações. A poluição, a fragilidade do renminbi e a qualidade da educação são as principais razões para os HNWI emigrarem. 44% dos inquiridos receiam um abrandamento da economia chinesa, o que parece reflectir-se na sua decisão de sair. E consideram que outros destinos são mais seguros.

 

Aviação Portugal/China: rumo ao Brasil

 

A Azul Linhas Aéreas e a Beijing Capital Airlines assinaram um acordo "codeshare" que permite que os passageiros de ambas as companhias usem a rota Brasil-China-Brasil a partir do momento em que a companhia aérea chinesa inicie voos para Lisboa. A Azul tem um voo diário para Lisboa com origem no aeroporto de Campinas. Tanto a Azul Linhas Aéreas como a Beijing Capital Airlines possuem o grupo chinês HNA como sócio. Os voos da Beijing Capital Airlines, entre Pequim e Lisboa, iniciam-se no dia 26 de Julho.

 

Timor-Leste: BNU emite Visa

 

O Banco Nacional Ultramarino (BNU) de Timor-Leste lançou os primeiros cartões Visa do país, de débito e crédito, anunciou a instituição bancária. Com um universo de cerca de 70 mil clientes, o BNU tem actualmente 12 agências, 40 caixas multibanco em Timor-Leste, com presença em 12 dos 13 municípios (o último será concluído este ano), empregando 126 funcionários timorenses e sete internacionais (entre eles a direcção-geral). Primeiro banco a instalar-se em Timor-Leste e o banco mais antigo a operar no território, o BNU, que faz parte da CGD, abriu a primeira agência em Díli em 1912, começando três anos depois a circular as primeiras notas para Timor-Leste.

 

China/Portugal: investimento forte

 

As empresas chinesas investiram em Portugal, até ao final de 2016, em sectores como energia, finanças, seguros, telecomunicações, aviação civil, entre outros, 6,8 mil milhões de euros, revelou a conselheira económica e comercial da embaixada da China em Portugal à agência Xinhua. Isso terá levado à criação de 36 mil postos de trabalho. Ao nível do turismo em 2016 cerca de 200 mil chineses visitaram Portugal, número que se prevê que venha a aumentar substancialmente a partir de 26 de Julho quando se iniciarem as carreiras áreas directas entre Lisboa e Pequim.

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