Notícia
Qatar: Propostas para colocar fim à disputa podem ser conhecidas dentro de dois dias
Há mais de uma semana que cinco países árabes cortaram relações com o Qatar. Os mediadores aguardam para perceber o que é que o bloco liderado pela Arábia Saudita pretende para que o diferendo possa ser ultrapassado. Propostas devem ser conhecidas dentro de dois dias.
Na semana passada, cinco países árabes - Bahrein, Egipto, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Iémen – anunciaram o rompimento de relações diplomáticas e o corte de ligações aéreas e marítimas com o Qatar, acusando o país de ingerência e de apoiar o terrorismo.
A expectativa é a de que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos façam chegar aos mediadores as suas exigências para que este conflito possa terminar, avança uma fonte, com conhecimento directo sobre a questão, à Bloomberg. As propostas podem ser entregues nos próximos dois dias e podem ajudar a colocar um ponto final na disputa, admite a fonte da agência, que pediu o anonimato.
A fonte da agência financeira mostra-se confiante num desfecho positivo, assinalando que há sinais positivos no sentido de que ambas as partes querem alcançar um acordo. O Kuwait continua a ser o país que está a mediar as negociações e a Turquia está a ajudar, acrescentou.
Allison Wood, analista da Control Risks no Dubai, disse à Bloomberg que "uma lista clara de exigências vai ser fundamental para que uma resolução seja alcançada – sem isso, é difícil encontrar um ponto para começar".
Já na segunda-feira, Doha tinha feito saber que ainda não conhecia as exigências específicas que o bloco de países liderado pela Arábia Saudita tem para que este corte de relações possa ser ultrapassado. O que levou na altura o ministro dos Negócios Estrangeiros, Mohammed Al Thani, a dizer que o Qatar não tinha a base necessária para desenvolver uma solução diplomática que permitisse colocar um ponto final nesta situação.
Também na passada segunda-feira, o ministro das Finanças do Qatar, Ali Sherif al-Emadi, em entrevista à CNBC, citada pela Reuters, adiantava que o país consegue facilmente defender a sua economia e a sua moeda contra as sanções impostas pelos países árabes.
Além disso, defendeu, os cinco países que cortaram relações vão também sofrer uma vez que vão perder dinheiro pois os efeitos desta situação vão ser sentidos na região. "Muitas pessoas pensam que somos os únicos a perder com isto… se vamos perder um dólar, eles também vão perder um dólar", disse.
O Qatar é o principal exportador mundial de gás natural liquefeito. Ali Sherif al-Emadi, nessa entrevista, fez ainda questão de salvaguardar que o sector energético e que a economia estão a operar normalmente e que não houve um impacto sério no abastecimento de alimentos e outros bens. O ministro das Finanças afiançou ainda que Doha pode importar bens da Turquia, Europa e Extremo Oriente. E a resposta do Qatar a esta crise, adiantou, vai ser a de diversificar ainda mais a sua economia.