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CUP não apoia Artur Mas e precipita novas eleições na Catalunha
O partido de extrema-esquerda catalão CUP rejeitou apoiar Artur Mas na presidência da Catalunha e forçou novas eleições, que deverão ter lugar em Março.
A estratégia de Artur Mas para presidir à Catalunha e garantir a independência da região espanhola sofreu um duro golpe este domingo. Depois de a plataforma Juntos pelo Sim, que encabeça, não ter logrado atingir a maioria absoluta nas eleições regionais de 27 de Setembro, Artur Mas ficou a depender dos 10 deputados da Candidatura de Unidade Popular (CUP), um partido independentista de extrema-esquerda, para liderar a região. Este domingo, depois de semanas de negociações, o CUP decidiu não apoiar a investidura de Mas.
Logo após as eleições de 27 de Setembro, o CUP, pela voz do cabeça de lista António Baños, deixou claro que não aceitaria apoiar a plataforma independentista caso ela fosse liderada por Artur Mas, que preside à região desde 2010. Mas encabeçou a plataforma Juntos pelo Sim, uma coligação independentista em que participaram a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), a Convergência e Democracia da Catalunha (CDC), os Democratas da Catalunha e o Movimento de Esquerdas.
O Juntos pelo Sim venceu e conquistou 62 deputados, mas precisava de 68 para ter maioria absoluta. Os 10 deputados do CUP seriam, assim, decisivos para que Artur Mas tivesse maioria. Mas o CUP opôs-se desde o início ao seu nome, que associa a casos de corrupção. E depois de prolongadas negociações e muito debate interno, o partido decidiu não apoiar a investidura de Mas. A Juntos pelo Sim não indicou nenhum outro nome alternativo.
Segundo o El País, o Parlamento catalão será dissolvido no próximo dia 10 de Janeiro e Artur Mas, presidente ainda em funções, deverá convocar novas eleições para Março.
Três meses para decidir chumbar Mas
Na reunião da manhã deste domingo votaram 68 pessoas: 57 do conselho político e 11 do Grupo de Acção Parlamentar. Segundo o El País, a balança pendeu claramente para o chumbo a Artur Mas. Porém, a reunião deste domingo foi apenas o epílogo de um processo prolongado e intenso. O partido, escreve o diário espanhol, discutiu, em diversas assembleias com os militantes, o acordo apresentado pelo Juntos pelo Sim, em troca da viabilização do Governo liderado por Artur Mas.
A reunião mais importante teve lugar a 28 de Dezembro. Depois de duas primeiras votações, 3.030 militantes votaram o acordo e o resultado foi um rigoroso e surpreendente empate: 1.515 defenderam o acordo com Mas, 1.515 rejeitaram-no.
O impasse terminou esta manhã, com a direcção do CUP a rejeitar apoiar Artur Mas.