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Terceira e última votação da CUP decide futuro político da Catalunha e de Artur Mas

O partido de extrema-esquerda catalão CUP tem nas suas mãos, numa derradeira votação em assembleia-geral, o futuro político da Catalunha e do presidente regional Artur Mas, com o processo independentista da região como pano de fundo.

Bloomberg
27 de Dezembro de 2015 às 18:54
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Após duas votações, o "não" à investidura do presidente regional saiu ganhador - ainda que por curta margem -, levando a decisão a uma terceira e última ronda.

Nesta votação decisiva, os mais de três mil militantes da CUP vão optar entre dois cenários.

O primeiro é o de aceitar uma proposta de acordo político com a Junts pel Sí (de Artur Mas), com o objectivo de avançar para a criação de uma república catalã e um plano de choque social. Esta opção deixa claro o "sim" à investidura de Artur Mas como presidente regional.

A segunda opção é um "não" à presidência regional encabeçada por Artur Mas (mas não fecha a porta a outros nomes para o cargo), e por extensão um "não" às negociações de acordo político com a Junts pel Sí. Esta opção deixa clara a realização de eleições antecipadas na Catalunha, caso a Junts não proponha um outro nome para a presidência.

A Junts pel Sí afirmou antes e após as eleições que o processo de independência da região (cujo início foi formalizado numa resolução aprovada juntamente com a CUP em novembro) não dependia de nenhuma personalidade em concreto, mas nunca abdicou do nome de Artur Mas para presidente. Já a CUP tem rejeitado reiteradamente o nome de Mas, que associa a casos de corrupção na região (financiamento ilegal do seu partido, a CDC) e ao maior período de austeridade vivido na Catalunha.

Na segunda votação dos militantes da CUP, reunidos em assembleia-geral, o segundo de quatro cenários - "não" à investidura de Artur Mas e ao acordo com a coligação Junts pel Sí, e optar por novas eleições caso a coligação não proponha outro nome para presidente - ganhou com 49,7% dos votos (1.512), contra os 48,7% (1.482) para o "sim".

Antes, na primeira das votações (serão votações sucessivas, eliminando a opção menos votada, a menos que uma das opções consiga mais do que 50% dos votos), 47,14% dos militantes (1.418) tinham votado "não" à investidura de Artur Mas, enquanto 45,17% (1.359) tinham votado "sim".

A coligação que propôs o nome de Artur Mas para presidente regional, a Junts pel Sí, precisa dos votos dos deputados da CUP para que Mas seja eleito presidente no parlamento regional, no seguimento das eleições autonómicas de 27 de Setembro.

A Junts pel Sí ganhou as eleições regionais da Catalunha a 27 de Setembro, com 62 deputados, mas ficou a depender dos 10 deputados da extrema-esquerda CUP para conseguir eleger Artur Mas como presidente.

A oposição catalã (Cidadãos, Partido Socialista Catalão, Catalunya Si que es Pot - apoiada pelo Podemos e o PP catalão) reúne, em conjunto, 63 deputados regionais.

O resultado da assembleia-geral da CUP, e consequente futuro presidente regional e processo independentista, terão consequências nos eventuais acordos pós-eleitorais a nível nacional, na sequência das eleições gerais de 20 de Dezembro.
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