Notícia
China retalia contra os EUA com tarifas sobre bens avaliados em 75 mil milhões
Pequim vai avançar com mais tarifas sobre bens norte-americanos avaliados em 75 mil milhões de dólares.
A retaliação chegou: Pequim anunciou esta sexta-feira, 23 de agosto, que vai avançar com mais tarifas sobre bens norte-americanos avaliados em 75 mil milhões de dólares. As taxas aduaneiras impostas estarão entre os 5% e os 10% e começarão a ser aplicadas a 1 de setembro.
Em causa estão, por exemplo, tarifas mais elevadas sobre grãos de soja e o petróleo norte-americano. Em reação, o crude desvaloriza mais de 3% em Nova Iorque.
Além disso, de acordo com a Bloomberg, a China vai retomar as tarifas de 25% nos automóveis norte-americanos e de 5% nas peças de carros a partir de 15 de dezembro. As autoridades chinesas tinham decidido suspender a aplicação destas tarifas em abril.
O anúncio foi feito pela comissão de tarifas do Conselho de Estado chinês. No comunicado, a comissão diz que "em resposta às medidas tomadas pelos EUA, a China é obrigada a tomar medidas retaliatórias". Em reação na Fox Business Network, o conselheiro económico de Trump, Peter Navarro, citado pela Bloomberg, defendeu que estas tarifas não irão desacelerar o crescimento económico nos EUA.
Esta é a resposta da China à última ronda de tarifas imposta por Donald Trump no arranque deste mês. O presidente norte-americano decidiu impor taxas aduaneiras de 10% sobre o equivalente a 300 mil milhões de dólares de produtos chineses que entrarem nos EUA. O total de bens chineses com tarifas passa assim para 550 mil milhões de dólares dado que já havia tarifas sobre bens avaliados em 250 mil milhões de dólares no terreno.
No entanto, entretanto, Trump já anunciou que haverá alguns bens retirados dessa lista e que algumas das taxas só serão aplicadas a partir de 15 de dezembro para evitar disrupções nas compras de Natal.
Desde que o presidente norte-americano fez o anúncio que as autoridades chinesas têm vindo a ameaçar com retaliações. Logo a 2 de agosto, após o anúncio, Pequim foi clara: "Se os Estados Unidos implementarem as tarifas adicionais, a China terá que adotar as contra-medidas necessárias", disse Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Apesar da retaliação, os dois países estarão a negociar um acordo comercial novamente, sendo que há encontros marcados para o início de setembro.
O tom conciliatório também está presente na decisão de hoje. "O lado chinês espera que os EUA continuem a seguir o consenso dos dois chefes de Estado na Argentina e o consenso do encontro de Osaka (Japão), voltando à prática correta de consulta e de resolução das diferenças, e que trabalhe arduamente com a China para concluir o objetivo de acabar com as fricções económicas e comerciais", lê-se no comunicado.
A China tem aplicado tarifas aos produtos importados dos EUA mas uma resposta na mesma ordem de grandeza é cada vez mais difícil, já que as exportações dos EUA para território chinês são bem inferiores aos produtos que a China exporta para os EUA.
Mais recentemente, as autoridades chinesas optaram por deixar o yuan (divisa chinesa) desvalorizar face ao dólar - culpando o impacto da tarifas nas perspetivas dos investidores -, o que permite compensar parcialmente o efeito das taxas uma vez que torna os bens chineses mais baratos para os consumidores norte-americanos. Em reação, os EUA passaram a classificar Pequim como um "manipulador de moeda", o que já não acontecia há décadas.
A disputa comercial entre os Estados Unidos e a China dura já há mais de um ano com um progressivo agravamento do conflito. Um dos pontos de discórdia, além dos direitos de propriedade intelectual, é a compra de produtos agrícolas norte-americanos por parte da China para baixar o défice comercial, tendo Trump acusado os chineses de não cumprirem com o prometido.
Tanto Xi Jinping como Donald Trump estarão este fim de semana em França para o encontro do G7 cujo anfitrião é o presidente francês, Emmanuel Macron.
(Notícia atualizada às 14:00 com mais informação)
Em causa estão, por exemplo, tarifas mais elevadas sobre grãos de soja e o petróleo norte-americano. Em reação, o crude desvaloriza mais de 3% em Nova Iorque.
O anúncio foi feito pela comissão de tarifas do Conselho de Estado chinês. No comunicado, a comissão diz que "em resposta às medidas tomadas pelos EUA, a China é obrigada a tomar medidas retaliatórias". Em reação na Fox Business Network, o conselheiro económico de Trump, Peter Navarro, citado pela Bloomberg, defendeu que estas tarifas não irão desacelerar o crescimento económico nos EUA.
Esta é a resposta da China à última ronda de tarifas imposta por Donald Trump no arranque deste mês. O presidente norte-americano decidiu impor taxas aduaneiras de 10% sobre o equivalente a 300 mil milhões de dólares de produtos chineses que entrarem nos EUA. O total de bens chineses com tarifas passa assim para 550 mil milhões de dólares dado que já havia tarifas sobre bens avaliados em 250 mil milhões de dólares no terreno.
No entanto, entretanto, Trump já anunciou que haverá alguns bens retirados dessa lista e que algumas das taxas só serão aplicadas a partir de 15 de dezembro para evitar disrupções nas compras de Natal.
Desde que o presidente norte-americano fez o anúncio que as autoridades chinesas têm vindo a ameaçar com retaliações. Logo a 2 de agosto, após o anúncio, Pequim foi clara: "Se os Estados Unidos implementarem as tarifas adicionais, a China terá que adotar as contra-medidas necessárias", disse Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Apesar da retaliação, os dois países estarão a negociar um acordo comercial novamente, sendo que há encontros marcados para o início de setembro.
O tom conciliatório também está presente na decisão de hoje. "O lado chinês espera que os EUA continuem a seguir o consenso dos dois chefes de Estado na Argentina e o consenso do encontro de Osaka (Japão), voltando à prática correta de consulta e de resolução das diferenças, e que trabalhe arduamente com a China para concluir o objetivo de acabar com as fricções económicas e comerciais", lê-se no comunicado.
A China tem aplicado tarifas aos produtos importados dos EUA mas uma resposta na mesma ordem de grandeza é cada vez mais difícil, já que as exportações dos EUA para território chinês são bem inferiores aos produtos que a China exporta para os EUA.
Mais recentemente, as autoridades chinesas optaram por deixar o yuan (divisa chinesa) desvalorizar face ao dólar - culpando o impacto da tarifas nas perspetivas dos investidores -, o que permite compensar parcialmente o efeito das taxas uma vez que torna os bens chineses mais baratos para os consumidores norte-americanos. Em reação, os EUA passaram a classificar Pequim como um "manipulador de moeda", o que já não acontecia há décadas.
A disputa comercial entre os Estados Unidos e a China dura já há mais de um ano com um progressivo agravamento do conflito. Um dos pontos de discórdia, além dos direitos de propriedade intelectual, é a compra de produtos agrícolas norte-americanos por parte da China para baixar o défice comercial, tendo Trump acusado os chineses de não cumprirem com o prometido.
Tanto Xi Jinping como Donald Trump estarão este fim de semana em França para o encontro do G7 cujo anfitrião é o presidente francês, Emmanuel Macron.
(Notícia atualizada às 14:00 com mais informação)