Notícia
China acusa EUA de violarem acordo entre Xi e Trump e ameaça com retaliações
A China diz que terá de avançar com as "retaliações necessárias" dada a ofensiva norte-americana.
15 de Agosto de 2019 às 10:28
A imposição de uma tarifa de 10% sobre bens chineses avaliados em 300 mil milhões de dólares a 1 de setembro põe em causa os esforços para resolver a disputa comercial através de negociações.
Quem o diz é a China, ameaçando com as "necessárias retaliações" contra os Estados Unidos. A afirmação foi feita pelo líder do comité de tarifas - que tem gerido as respostas aos EUA - do Ministério das Finanças chinês em comunicado. Contudo, não são referidas as medidas que podem servir de retaliação.
Para as autoridades chinesas a forma de atuar norte-americana "desvia-se" da forma correta de resolver disputas entre países e vai contra o consenso atingido entre os dois países na cimeira do G20 em Osaka, Japão. "Não temos alternativa a tomar as medidas necessárias para retaliar", lê-se no comunicado.
Estas declarações surgem após na terça-feira Pequim ter revelado uma chamada telefónica com Washington e que as negociações iam retomar no início de setembro. Acresce que a Casa Branca decidiu retirar alguns bens da lista sobre a qual vão incidir as tarifas, além de adiar a aplicação das tarifas sobre alguns dos bens dessa lista de 1 de setembro para 15 de dezembro.
Contudo, essa cedência dos EUA não foi acompanhada por uma cedência da China, de acordo com o que disse o secretário norte-americano para o comércio, Wilbur Ross, ontem à CNBC. O conselheiro de Trump para o comércio, Peter Navarro, disse à Fox News que a decisão de adiar as tarifas tinha como objetivo limitar o impacto nas empresas norte-americanas durante a temporada de festividades do final do ano. Nenhum dos dois se comprometeu em dizer qual era o estado das negociações.
Em reação à posição mais desafiante por parte da China, as bolsas europeias aprofundaram as perdas e os futuros das bolsas norte-americanas reduziram os ganhos que registavam. Ontem Wall Street registou a sua pior sessão do ano penalizada pelo crescente risco de recessão visível no mercado de obrigações.
Com a entrada em vigor das taxas aduaneiras sobre produtos chineses avaliados em 300 mil milhões de dólares, praticamente todas as exportações de bens das empresas da China ficam cobertos por tarifas norte-americanas.
Ontem, no Twitter, Donald Trump voltou a falar sobre a disputa comercial com a China. O presidente norte-americano revelou que houve "boas coisas ditas na chamada [telefónica] com a China". Para Trump, a China está a compensar as tarifas com a desvalorização da sua moeda e injetando mais dinheiro no sistema financeiro, mas ainda assim será mais afetado do que os EUA.
"Milhões de empregos estão a ser perdidos na China para outros países sem tarifas. Milhares de empresas estão a sair. Claro que a China quer fazer um acordo", escreveu o presidente norte-americano.
(Notícia atualizada às 11h)
Quem o diz é a China, ameaçando com as "necessárias retaliações" contra os Estados Unidos. A afirmação foi feita pelo líder do comité de tarifas - que tem gerido as respostas aos EUA - do Ministério das Finanças chinês em comunicado. Contudo, não são referidas as medidas que podem servir de retaliação.
Estas declarações surgem após na terça-feira Pequim ter revelado uma chamada telefónica com Washington e que as negociações iam retomar no início de setembro. Acresce que a Casa Branca decidiu retirar alguns bens da lista sobre a qual vão incidir as tarifas, além de adiar a aplicação das tarifas sobre alguns dos bens dessa lista de 1 de setembro para 15 de dezembro.
Contudo, essa cedência dos EUA não foi acompanhada por uma cedência da China, de acordo com o que disse o secretário norte-americano para o comércio, Wilbur Ross, ontem à CNBC. O conselheiro de Trump para o comércio, Peter Navarro, disse à Fox News que a decisão de adiar as tarifas tinha como objetivo limitar o impacto nas empresas norte-americanas durante a temporada de festividades do final do ano. Nenhum dos dois se comprometeu em dizer qual era o estado das negociações.
Em reação à posição mais desafiante por parte da China, as bolsas europeias aprofundaram as perdas e os futuros das bolsas norte-americanas reduziram os ganhos que registavam. Ontem Wall Street registou a sua pior sessão do ano penalizada pelo crescente risco de recessão visível no mercado de obrigações.
Com a entrada em vigor das taxas aduaneiras sobre produtos chineses avaliados em 300 mil milhões de dólares, praticamente todas as exportações de bens das empresas da China ficam cobertos por tarifas norte-americanas.
Ontem, no Twitter, Donald Trump voltou a falar sobre a disputa comercial com a China. O presidente norte-americano revelou que houve "boas coisas ditas na chamada [telefónica] com a China". Para Trump, a China está a compensar as tarifas com a desvalorização da sua moeda e injetando mais dinheiro no sistema financeiro, mas ainda assim será mais afetado do que os EUA.
"Milhões de empregos estão a ser perdidos na China para outros países sem tarifas. Milhares de empresas estão a sair. Claro que a China quer fazer um acordo", escreveu o presidente norte-americano.
(Notícia atualizada às 11h)