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Trump acalma investidores. Bolsas europeias e petróleo já valorizam

As bolsas estão a oscilar entre ganhos e perdas, com os investidores a tentarem perceber como vai evoluir a guerra comercial. O final da semana passada foi duro e no arranque desta semana há alguma acalmia, proporcionada pelas palavras de Donald Trump. Mas os investidores estão desconfortáveis.

26 de Agosto de 2019 às 11:42
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O final da semana passada foi marcado pelo anúncio de novas tarifas da China sobre bens importados dos EUA. No mesmo dia, Washington respondeu com um aumento das tarifas sobre Pequim, num movimento de aumento de tensão entre os dois países.

 

A semana arrancou, nos mercados bolsistas, com nuvens negras no horizonte, com as bolsas e o petróleo a caírem, mas o presidente dos EUA falou e acalmou os receios. As bolsas europeias já valorizam, os futuros das bolsas americanas apontam para uma subida na ordem de 1% e o petróleo soma mais de 1%. 

O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, já esteve a perder um máximo de 0,61%, chegou a avançar 0,23% e segue agora com um ganho de apenas 0,01%, num desempenho que ilustra bem a incerteza que impera nos mercados. 

 

Os investidores estão a tentar digerir o fluxo de informação, com troca de palavras e de tarifas entre os EUA e a China.

 

A China anunciou, na sexta-feira, a aplicação de tarifas sobre bens importados dos EUA, no valor total de 75 mil milhões de dólares. As taxas aduaneiras impostas estarão entre os 5% e os 10% e começarão a ser aplicadas a 1 de setembro. A China vai ainda retomar as tarifas de 25% nos automóveis norte-americanos e de 5% nas peças de carros a partir de 15 de dezembro. As autoridades chinesas tinham decidido suspender a aplicação destas tarifas em abril.

O anúncio chegou com alguma surpresa na sexta-feira e provocou uma reação do presidente dos EUA. Donald Trump prometeu responder e fê-lo, ainda no mesmo dia, anunciando um novo aumento das taxas aduaneiras sobre produtos chineses avaliados em 250 mil milhões de dólares, a partir de 1 de outubro (de 25% para 30%) e a subida de 10% para 15% das novas tarifas sobre o equivalente a 300 mil milhões de dólares de bens chineses,  (sendo que a primeira fase destas tarifas arranca a 1 de setembro).

 

Foi neste contexto que os investidores tomaram as suas decisões de investimento logo na abertura das bolsas. Mas Donald Trump, que está em França na cimeira do G7, falou aos jornalistas e acalmou os receios dos investidores, apontando para que as negociações entre Washington e Pequim sejam retomadas em breve.

 

"A China ligou ontem à noite para a nossa equipa [negocial] e disse ‘vamos regressar à mesa’" das negociações, revelou Donald Trump aos jornalistas, à margem da reunião do G7, que está a decorrer em Biarritz, em França.

"Eles querem calma e, francamente, isso é fantástico. E uma das razões para o presidente Xi ser um grande líder e uma das razões para a China ser um grande país é perceberem como é que funciona a vida", acrescentou.

 

As declarações surtiram efeito entre os investidores, que reagiram e elevaram as bolsas. Ainda assim, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, afirmou, à Reuters, não ter conhecimento de qualquer conversa telefónica entre as duas partes.

 

Já na madrugada desta segunda-feira, o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, o principal responsável pelas negociações comerciais do lado chinês, deixou claro que Pequim quer pôr termo à guerra comercial. "Estamos desejosos de resolver o problema através de consulta e cooperação com uma atitude calma", afirmou o responsável, citado pela agência de informação americana. 

"Opomo-nos veementemente à escalada da guerra comercial", acrescentou o mesmo responsável.

 

"Acreditamos que o escalar da guerra comercial não é benéfico para os interesses da China, dos EUA nem para o resto do mundo", acrescentou Liu He.

 

Donald Trump afirmou ainda, esta segunda-feira, que acredita "que vamos ter um acordo" em breve.

 

Os investidores aguardam agora pelos próximos episódios, numa novela que já dura há mais de um ano entre avanços e recuos. A expectativa é que China e EUA regressem à mesa das negociações em setembro.

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