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Sell-off em Wall Street com escalada da guerra comercial. Bolsas caem quase 3%

As bolsas dos Estados Unidos registaram fortes perdas esta sexta-feira depois de a China ter anunciado novas tarifas sobre as importações norte-americanas e o presidente Donald Trump ter prometido responder à altura.

Reuters
23 de Agosto de 2019 às 21:08
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As bolsas dos Estados Unidos fecharam em forte queda esta sexta-feira, 23 de agosto, penalizadas pela escalada da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que assustou os investidores, levando-os a fugir do mercado de ações.

 

O índice industrial Dow Jones desceu 2,37% para 25.628,90 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq perdeu 3% para 7.751,77 pontos. Já o S&P500 desvalorizou 2,59% para 2.847,11 pontos.

 

Os índices norte-americanos completam assim a quarta semana consecutiva de perdas, depois de a China ter anunciado novas tarifas sobre 75 mil milhões de dólares de bens importados dos Estados Unidos e de Donald Trump ter garantido que vai retaliar, e ter aconselhado as empresas norte-americanas a começarem a procurar alternativas à China.

 

No Twitter, o líder da Casa Branca informou que iria dar a sua resposta às novas tarifas da China ainda esta sexta-feira.

 

Esta escalada na guerra sino-americana aumentou os receios dos investidores, sobretudo nesta altura em que paira a ameaça de uma recessão global, levando a um verdadeiro sell-off em Wall Street. Nos mercados europeus, também se verificou uma inversão do o sentimento, e os principais índices encerraram quase todos com descidas superiores a 1%.  

 

Foi ao início da tarde desta sexta-feira que Pequim anunciou que vai avançar com novas tarifas entre 5% e 10% sobre 75 mil milhões de produtos importados dos Estados Unidos, como grãos de soja e petróleo já a partir do dia 1 de setembro.

 

Donald Trump não perdeu tempo e, no Twitter, atacou a segunda maior economia do mundo, dizendo que os Estados Unidos não precisam da China.

"O nosso país perdeu, estupidamente, biliões de dólares com a China durante muitos anos. Eles roubaram a nossa propriedade intelectual a uma taxa de centenas de milhares de milhões de dólares por ano e querem continuar. Eu não vou deixar isso acontecer!", escreveu.

E acrescentou: "Nós não precisamos da China e, francamente, seria muito melhor sem eles. As vastas quantias de dinheiro feitas e roubadas pela China aos Estados Unidos, ano após ano, durante décadas, têm e vão parar. As nossas grandes empresas americanas devem começar imediatamente a procurar uma alternativa à China, trazendo as suas empresas para casa e fazendo os seus produtos nos EUA".

 

A contribuir para o pessimismo dos investidores esteve ainda o discurso do presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, Jerome Powell, que deu poucas pistas sobre se o banco central vai continuar a cortar os juros, adiantando apenas que irá agir "de forma apropriada" para manter o crescimento da economia.

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