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Powell dá poucas pistas sobre novos cortes de juros mas garante que vai agir de “forma apropriada”

O presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos garantiu que o banco central vai agir de forma "apropriada" para manter o crescimento económico e que os Estados Unidos estão numa "posição favorável" apesar dos riscos relacionados com a guerra comercial.

Reuters
23 de Agosto de 2019 às 15:30
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Os mercados aguardavam com ansiedade o discurso do presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, esta sexta-feira, no fórum de Jackson Hole, no Wyoming. Mas as palavras do líder do banco central deverão ter sabido a pouco e deixado os investidores com as mesmas dúvidas sobre o rumo da política de juros nos Estados Unidos.

 

Dando poucas pistas sobre se a Fed vai ou não avançar com novos cortes na taxa diretora, em setembro, como é esperado pela maioria dos analistas, Powell referiu apenas que a autoridade monetária vai agir de "forma apropriada" para manter o crescimento da economia, e que os Estados Unidos estão numa "posição favorável".

 

O presidente da Fed, que tem estado sob forte pressão do líder da Casa Branca, Donald Trump, para flexibilizar a política monetária, elencou uma série de riscos económicos e geopolíticos que estão a ser monitorizados pelo banco central, sendo que muitos deles estão relacionados com a guerra comercial em curso entre os Estados Unidos e a China.

 

Contudo, Powell reconhece que a economia norte-americana "continuou a ter um bom desempenho, no geral". "O investimento das empresas e a produção industrial enfraqueceram, mas o crescimento sólido do emprego e dos salários tem impulsionado o consumo de forma robusta e suportado um crescimento moderado", afirmou, num discurso citado pela Reuters.

 

O responsável reconheceu que a guerra comercial penalizou o investimento e a confiança, e prejudicou as perspetivas de crescimento global, frisando, porém, que não é possível corrigir todos os impactos negativos através da política monetária.

 

Não há "precedentes recentes para orientar qualquer resposta à situação atual", disse Powell, acrescentando que a política monetária "não pode fornecer um livro de regras para o comércio internacional".

 

Além da guerra comercial, Powell destacou os riscos relacionados com o Brexit, o caos em Hong Kong e a desaceleração económica em países como a Alemanha para explicar que a Fed precisa de ver além da "turbulência de curto prazo" e concentrar-se na forma como a economia dos Estados Unidos está a evoluir.

 

O discurso de Powell deverá desapontar não só os investidores, que esperavam um sinal mais claro de uma nova descida dos juros na reunião de 17 e 18 de setembro, mas também o presidente dos Estados Unidos, que tem criticado a atuação do banco central e apelado a cortes acentuados no custo do dinheiro.

Na última reunião, no final de julho, a Fed anunciou uma descida de 25 pontos base na taxa de juro, referindo-se à medida como um "ajustamento de meados do ciclo".  

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