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Coreia do Norte reforçará capacidade nuclear de auto-defesa "em qualidade e quantidade"

No terceiro dia do Congresso, o líder norte-coreano volta a desafiar o mundo. Reforçará a capacidade nuclear do país, mas diz que o fará em auto-defesa e só lançará arsenal nuclear se alguém atentar contra a sua soberania.

09 de Maio de 2016 às 00:41
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A Coreia do Norte declarou que reforçará a sua capacidade nuclear com armas de auto-defesa "em qualidade e quantidade", numa decisão adoptada no Congresso do Partido dos Trabalhadores, que acontece pela primeira vez nos últimos 36 anos. Essa é a mensagem noticiada pela agência local KCNA.

 

A decisão foi adoptada no terceiro dia do Congresso que, segundo analistas, serve para o líder norte-coreano Kim Jong Un consolidar o seu poder. Jon Un tornou-se líder da Coreia do Norte em 2011, depois da morte do seu pai.

 

O Congresso adoptará, também, segundo a Reuters uma decisão na qual pretende desincentivar a utilização dessas armas nuclear a menos que a sua soberania seja posta em causa com ataques nuclear de outros países. Esta mesma ideia já tinha sido deixada no sábado no Congresso.

 

Segundo a agência de notícias estatal norte-coreana, Kim Jong-Un prometeu que o país vai "cumprir fielmente" as suas obrigações de não-proliferação e impulsionar a desnuclearização em termos globais.

 

A Coreia do Norte abandonou o tratado de não-proliferação (NPT, na sigla inglesa) em 2003, tendo sido o primeiro país signatário a fazê-lo.


Foram, entretanto, divulgadas imagens do local de testes nuclear Punggye-ri.

Local de testes nuclear Punggye-ri, na Coreia do Norte.
Local de testes nuclear Punggye-ri, na Coreia do Norte. Reuters


Por altura do seu primeiro teste nuclear, em 2006, a Coreia do Norte assegurou que "nunca seria a primeira a usar armas nucleares", mas, desde então, tem feito repetidas ameaças de ataques nucleares preventivos contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

 

Nesse mesmo Congresso, o líder norte-coreano apresentou uma estratégia a cinco anos para estimular o crescimento económico do país, sublinhando a necessidade de aliviar a escassez energética e melhorar a vida dos cidadãos, segundo o jornal Rodong Sinmun, citado pela Lusa.

 

Assegurou que "é necessário melhorar a vida dos cidadãos, aumentando a produção na agricultura e na indústria ligeira".

 

"A meta da estratégia é preparar uma base que permita desenvolver de maneira sustentável a economia do país ao promover a economia nacional e assegurar o equilíbrio entre os diferentes sectores da energia", disse o líder perante os quase 3.500 delegados do partido.

 

Entre as medidas expostas durante a sua intervenção, Kim indicou que é "desejável aumentar a geração de energia nuclear enquanto se constroem mais centrais hidroeléctricas e se amplia o uso de energias renováveis".

 

As referências à economia eram as mais esperadas do congresso, já que se considera que nos quase cinco anos de liderança Kim Jong-un conseguiu uma certa estabilidade política e militar.

 

Até agora, o líder tinha exposto a chamada política "Byeongjin", que consiste em estimular a economia ao mesmo tempo que se desenvolve o programa nuclear.

 

Até agora, o líder não fez qualquer referência a uma abertura do país à economia de mercado, como era esperado por alguns analistas.

 

O anúncio chega num momento em que a Coreia do Norte enfrenta as mais duras sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU após os testes nucleares e de mísseis de Janeiro e Fevereiro.

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