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Venezuela: Oposição adia manifestação contra Assembleia Constituinte para sexta-feira

A oposição venezuelana decidiu hoje adiar para sexta-feira a manifestação contra a Assembleia Constituinte, cuja sessão inaugural está prevista para o mesmo dia.

Reuters
03 de Agosto de 2017 às 16:22
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O protesto da oposição venezuelana estava agendado para hoje.

"Para defender a Constituição contra a fraude, a mobilização de hoje [quinta-feira] será realizada amanhã [sexta-feira], dia 04 de agosto", escreveu na rede social de mensagens 'online' Twitter a coligação da oposição Mesa de Unidade Democrática (MUD).

Os 'antichavistas' (numa referência a Hugo Chávez, Presidente da Venezuela de 1999 até à sua morte em 2013) querem fazer coincidir o protesto com o início dos trabalhos da Assembleia Constituinte, eleita no domingo passado num escrutínio que foi boicotado pela oposição venezuelana e fortemente contestado a nível internacional.

O anúncio da oposição ocorre após o Presidente venezuelano, Nicolas Maduro (reconhecido como o herdeiro de Chávez), ter divulgado que a sessão inaugural da Assembleia Constituinte, que terá a tarefa de redigir uma nova Constituição, seria adiada por 24 horas e teria lugar na sexta-feira.

A sessão será "realizada em paz, com tranquilidade e com todo o protocolo necessário na próxima sexta-feira [dia 04 de Agosto], às 11:00 (hora local, 16:00 hora de Lisboa)", declarou Maduro, durante uma reunião com os 545 membros eleitos da Assembleia Constituinte.

A oposição venezuelana considera que a nova Assembleia Constituinte é "ilegítima" e defende a legalidade da Assembleia Nacional (Parlamento), onde as forças opositoras estão em maioria.

O escrutínio de domingo ficou marcado por violentos confrontos entre os opositores de Maduro e as forças de segurança venezuelanas em várias cidades, incluindo na capital Caracas, que fizeram 10 mortos.

Na quarta-feira, a empresa responsável pela contagem dos votos do escrutínio, a britânica SmartMatic, denunciou que os dados da participação na eleição de domingo foram "manipulados", admitindo que a diferença entre a participação real e a anunciada pelas autoridades venezuelanas "é de pelo menos um milhão de votos".

A vaga de contestação contra o governo de Maduro começou em abril passado e desde então mais de 120 pessoas perderam a vida.
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