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EUA recusam reconhecer resultado da eleição na Venezuela, votação prolongada por uma hora

A embaixadora dos EUA junto da ONU apelida de "farsa" a eleição para a Assembleia Constituinte que hoje decorre e recusa pactuar com o que diz ser um "governo ilegítimo."

30 de Julho de 2017 às 23:03
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A embaixadora dos Estados Unidos junto da Organização das Nações Unidas (ONU) considerou este domingo que a eleição para a Assembleia Constituinte é um passo "em direcção à ditadura" e garantiu que os EUA não aceitarão o resultado que vier a sair desse sufrágio. 

"A farsa da eleição [promovida por] Maduro é outro passo na direcção da ditadura. Não aceitaremos um governo ilegítimo. O povo venezuelano e a democracia triunfarão," escreveu Nikki Haley na rede social Twitter. 


Esta é, de acordo com a Reuters, a primeira posição oficial de Washington em relação ao acto eleitoral que decorre este domingo para eleger os 545 membros da Assembleia Constituinte e que ficou marcado por episódios de violência que resultaram na morte de várias pessoas.

As autoridades reconhecem a existência de oito mortes em resultado dos confrontos decorridos ao longo de todo o dia -, particularmente em Caracas onde se ergueram barricadas e foram incendiados objectos nas ruas, além de atiradas pedras e cocktails molotov -, mas a oposição afirma, citada pela Reuters, que o número é de 14 vítimas mortais.

Entretanto, de acordo com o El País, que cita a vice-presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Sandra Oblitas, o encerramento das urnas foi adiado por uma hora, das 18:00 para as 19:00 (respectivamente 23:00 e 0:00 em Portugal Continental) dada a existência de "filas" para as mesas de voto.

Os críticos do processo não aceitaram participar na eleição, alegando que esta permitirá a Maduro dissolver o congresso onde a oposição tem maioria e adiar a ocorrência de novas eleições, além de alterar a legislação eleitoral impedindo a saída dos socialistas do poder. A Mesa de Unidad Democrática, coligação oposicionista, estima que a abstenção ronde os 90%.



Maduro convocou a Assembleia Constituinte a 1 de Maio para alterar a Constituição em vigor, nomeadamente nos que diz respeito a garantias de defesa e segurança da nação, entre outros pontos, refere a Lusa. A oposição está a boicotar aquilo que chama de eleição viciada e as manifestações têm degenerado em violência.


Num vídeo partilhado no Twitter, Nicolás Maduro refere-se a este domingo como uma "jornada histórica" e deixando um apelo ao "jovem venezuelano" para ir votar neste "momento histórico em que nasceu o poder constituinte", o "domingo bendito da pátria, o milagre da pátria."



"Foi e é uma jornada de êxito, de grande participação popular. Quem tiver olhos que veja. A oligarquia nunca teve olhos para o povo," afirmou, referindo-se depois às mulheres que os "fascistas queriam impedir de ir votar" mas que mesmo assim conseguiram fazê-lo.

O processo decorre ainda sob as ameaças da aplicação pela administração norte-americana de novas sanções ao regime depois das eleições, num país marcado por uma crise económica que dificulta o acesso a bens alimentares, sob efeito da inflação descontrolada e da queda dos preços do petróleo nos mercados internacionais.

(Notícia actualizada às 23:24 com mais informação)
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