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Parlamento Europeu: Europa deve intervir na Venezuela, não no Brasil

Falando em Lisboa, à margem da Assembleia Parlamentar Euro-Latino-americana, o vice-presidente do Parlamento Europeu disse que o que se está a passar no Brasil cabe aos brasileiros resolver. Já em relação ao que se passa na Venezuela, a UE deve intervir porque é matéria de violação dos direitos humanos.

17 de Maio de 2016 às 13:13
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O vice-presidente do Parlamento Europeu responsável pela América Latina, o italiano António Tajani, considerou esta terça-feira, 17 de Maio, que a Venezuela representa "um problema de Direitos Humanos" que a União Europeia deve abordar. Já no Brasil, "há um problema de corrupção, mas não é nosso trabalho [solucioná-lo], isso é trabalho para o Brasil".

 

"Na Venezuela falta democracia. Não se pode fazer oposição a partir da prisão. Nem se pode ser empresário a partir da prisão. O respeito pelos Direitos Humanos para nós é uma prioridade", considerou à agência Lusa o europarlamentar, que também foi vice-presidente da Comissão Europeia.

 

Tajani, que falava à Lusa à margem da Assembleia Parlamentar Euro-Latino-americana, que decorre no parlamento português, criticou as opções políticas do presidente venezuelano Nicolas Maduro, especialmente o encarceramento de elementos da oposição e empresários contrários ao regime bolivariano.

 

"Ganhe quem ganhar, são os venezuelanos que decidem quem ganha. Mas não se pode reagir como fez o presidente Maduro, a mandar toda a gente para a prisão. Estão a enviar para a prisão presidentes de Câmara e empresários porque não estão a favor do presidente Maduro", realçou.

 

O presidente da Câmara de Caracas e opositor do regime, Antonio Ledezma, está detido há mais de um ano na Venezuela. Também o opositor do regime de Maduro Leopoldo López se encontra detido.

 

Antonio Tajani classificou a situação na Venezuela como "preocupante" e considerou que a União Europeia tem de fazer todos os esforços para contribuir para uma solução para a crise política naquele país.

 

"Defender os Direitos Humanos é um trabalho da UE não só no seu interior, mas também fora. É isso que está nos Tratados. Na Venezuela há que defender os Direitos Humanos", sublinhou.

 

Sobre a situação política no Brasil, Tajani fez questão de a distinguir do caso venezuelano.

 

"O Brasil é outra situação de instabilidade. Há um problema de corrupção, mas não é nosso trabalho [solucioná-la], isso é trabalho para o Brasil. Para nós é importante a estabilidade de um país tão importante, mas no Brasil há uma guerra política, não há um problema de Direitos Humanos [como na Venezuela]", disse.

 

Tajani deixou ainda a possibilidade de esta reunião da Assembleia Parlamentar Euro-Latino-americana aprovar uma declaração conjunta que inclua uma posição sobre a situação na Venezuela.

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