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Validadas assinaturas que permitem referendo contra Presidente da Venezuela
As autoridades eleitorais venezuelanas confirmaram terça-feira a maioria das 1,8 milhão de assinaturas apresentadas pela oposição a pedir a realização de um referendo revogatório do mandato do Presidente, Nicolás Maduro.
O referendo é o primeiro passo de um longo processo que pode levar a realização de novas eleições no país.
A Mesa da Unidade Democrática (MUD), grupo que faz oposição a Maduro, reuniu-se com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e anunciou a validação de 1,3 milhões de assinaturas.
A oposição precisava de pelo menos 200 mil assinaturas para iniciar o processo. "Temos as assinaturas. Temos seis vezes mais do que as necessárias para activar o referendo eleitoral", congratulou-se, em declarações aos jornalistas, o porta-voz da MUD, Jesus Torrealba.
Agora, os subscritores, ou uma parte deles, devem confirmar, em pessoa e com a sua impressão digital, a sua escolha, segundo um procedimento que vai detalhado na quarta-feira pelo CNE, especificou Torrealba.
Depois, os promotores do referendo vão ter três dias para recolherem quatro milhões de assinaturas, de forma terem o direito de organizar a consulta.
A oposição do centro-direita está envolvida em uma corrida contra-relógio, porque se a consulta ocorrer até 10 de Janeiro de 2017 pode provocar novas eleições, ao passo que se for depois Maduro seria substituído simplesmente pelo seu vice-presidente.
A Venezuela está à beira da implosão, dividida pela guerra política entre o parlamento, dominado pela oposição, e o governo, em contexto de exasperação popular resultante dos problemas económicos do país produtor de petróleo.
Apesar de consultas de opinião indicarem que sete em cada dez desejam a saída antecipada do Presidente, eleito até 2019, a mobilização parece contida pelo forte dispositivo policial, pelas preocupações de um quotidiano dominado pela procura de comida e pelas divisões da oposição.