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Suíça arresta primeiras contas no caso PDVSA

Pelo menos 10 mil milhões desapareceram da petrolífera venezuelana desde 2004. As autoridades suíças fizeram agora o primeiro arresto de contas bancárias a pedido dos EUA, que está a promover a investigação ao "Petrolão" venezuelano.

Reuters
25 de Outubro de 2016 às 19:16
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A Suíça apreendeu 118 milhões de dólares (108 milhões de euros) em activos bancários ligados a um executivo venezuelano, a pedido da justiça dos EUA onde decorre uma ampla investigação sobre alegada corrupção e saques na empresa estatal de petróleo da Venezuela.

A conta está ligada a Roberto Rincon-Fernandez, que admitiu em Junho subornar funcionários da PDSVA para orientar contratos de fornecimento de energia  a empresas por si representadas.

Desde Março, a justiça suíça tem estado a colaborar com a norte-americana para tentar rastrear o dinheiro decorrente de contratos inflacionados concedidos pela petrolífera.

Entre 2004 e 2014, 11,3 mil milhões de dólares (cerca de 10 mil milhões de euros) desapareceram da PDVSA, numa altura em que Rafael Ramirez, actualmente embaixador da Venezuela nas Nações Unidas, presidia à empresa.

Não obstante o melindre político, os EUA têm um forte interesse jurídico no caso porque o dinheiro supostamente ilícito passou por bancos norte-americanos e foi usado para comprar vários imóveis no seu território. "Os procuradores federais preparam-se para incriminar vários indivíduos e confiscar as suas propriedades no âmbito do alegado saque da companhia estatal de petróleo da Venezuela, no que pode converter-se numa das maiores apreensões de activos da história dos EUA", antecipa a agência Bloomberg.

As pessoas sob investigação incluem actuais funcionários do governo venezuelano, empresários proeminentes e indivíduos suspeitos de envolvimento com o tráfico de cocaína, refere a agência, que lembra que dois sobrinhos do presidente Nicolas Maduro foram presos no Haiti, sob a acusação de envolvimento numa rede de tráfico de droga - o que é negado por ambos.


Jorge Giordani, ex-ministro venezuelano das Finanças, estima que na última década cerca de 300 mil milhões de dólares tenham sido desviados da Venezuela através de corrupção de alto nível, enquanto a fome se espalhava num país que já foi um dos mais ricos do mundo.


O caso lembra o esquema de mega-corrupção que se instalou na Petrobras, a estatal petrolífera brasileira. Numa batalha para evitar a falência, a PDVSA chegou nesta segunda-feira a acordo com alguns credores para adiar o pagamento de títulos de dívida que se venciam em 2017.
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