Notícia
Moscovo: Ataques violam lei e causam danos significativos à relação EUA-Rússia
O Kremlin reagiu à intervenção militar desta madrugada na base síria de Shayrat acusando Washington de criar pretextos e de ter perpetrado uma agressão a uma nação soberana. Capacidade militar da base foi gravemente danificada.
De acordo com a Reuters, o Kremlin considerou que os ataques com 59 mísseis Tomahawk à base de Shayrat, lançados de um navio no Mediterrâneo, significam uma agressão a uma nação soberana.
Putin considerou ainda que o ataque dos EUA é um sério obstáculo à criação de uma coligação internacional para combater o terrorismo e que a acção militar foi um "pretexto" para desviar as atenções das muitas mortes de civis causadas no Iraque.
Não houve vítimas de nacionalidade russa envolvidas nesta acção em território sírio mas todos os aviões ficaram destruídos e a base aérea ficou gravemente danificada.
O presidente russo - nos últimos anos um aliado de Assad - não foi informado do ataque, segundo o New York Times. Já a CBS refere que as forças russas foram avisadas antes da intervenção, algo que o porta-voz do Pentágono, Jeff Davis, confirmou.
Trump justificou esta madrugada a a intervenção - que vinha ameaçando nos últimos dias - com o "interesse vital" de "prevenir e parar a disseminação do uso de armas químicas mortais". "Anos de tentativas de tentar mudar Assad fracassaram e fracassaram dramaticamente," acrescentou o presidente norte-americano, citado pela Lusa.
A acção militar, iniciada às 1:40, hora em Portugal Continental, a partir do navio USS Ross, visou hangares e depósitos de combustível da base aérea.
Shayrat estará ligada ao ataque da passada terça-feira, 4 de Abril, que deixou quase 90 mortos na localidade de Khan Cheikhun, em Idleb, noroeste da Síria, com recurso a um gás neurotóxico, tipo 'sarin'. As forças norte-americanas divulgaram mapas com trajectos de aeronaves que partiram naquele dia daquela base aérea, sobrevoaram a localização atingida com armas químicas e regressaram à base.