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Sul da UE "compreende" ataque dos EUA na Síria

Sete países da UE, incluindo Portugal, manifestaram a sua solidariedade com o ataque ordenado por Donald Trump.

Reuters
10 de Abril de 2017 às 17:57
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Os países do Sul da União Europeia (Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia, Malta e Chipre) consideram "compreensível" o bombardeamento dos Estados Unidos a uma base aérea na Síria, após o ataque com armas químicas em 4 de Abril.

 

"O ataque lançado pelos Estados Unidos contra a base aérea de Shayrat, na Síria, teve a intenção, compreensível, de impedir e dissuadir a propagação da utilização destas armas [químicas], limitando-se e concentrando-se sobre esse objectivo", afirmaram os sete países numa declaração conjunta, citada pela AFP, na sequência da cimeira que se realizou nesta segunda-feira, 10 de Abril, em Madrid.

 

Nesse sentido, também condenaram o alegado ataque aéreo com armas químicas a 4 de Abril, na província síria de Idleb (noroeste do país), sublinhando que "o uso reiterado de armas químicas na Síria" tanto por parte do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, "como por parte do Daesh [Estado Islâmico], constituem crimes de guerra".

 

"Todos os autores identificados devem prestar contas por esta violação do Direito Internacional e têm de ser sancionados no quadro das Nações Unidas", indica ainda a declaração.

 

Assim, os países do Sul da UE afirmam que vão continuar a apoiar "os esforços e o trabalho" da Organização para a Protecção contra as Armas Químicas (OPAQ) e da ONU "quanto à investigação sobre o uso de armas químicas."

 

Sobre o futuro da Síria, os sete países sublinham que "não existe uma solução militar para o conflito". "Apenas uma solução política credível, segundo o que está previsto na resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU e no Comunicado de Genebra de 2012, poderá garantir a paz e a estabilidade na Síria, permitindo a derrota decisiva do Daesh [Estado Islâmico] e de outros grupos terroristas que a ONU tenha identificado na Síria", pode ler-se também na declaração conjunta.

 

Os chefes de Estado ou de Governo dos sete países do sul da Europa - Mariano Rajoy (Espanha), François Hollande (França), Nikos Anastasiades (Chipre), António Costa (Portugal), Paolo Gentiloni (Itália), Alexis Tsipras (Grécia) e Joseph Muscat (Malta) - reuniram-se hoje em Madrid tendo como principais temas em agenda o futuro da União Europeia e o processo de saída do Reino Unido (Brexit).

 

A este propósito António Costa reiterou que a negociação do Brexit deve dar prioridade às pessoas, referindo-se à clarificação da situação dos três milhões de europeus que vivem no Reino Unido – entre os quais estarão 300 ou 400 mil portugueses – e dos cerca de 1,5 milhões de britânicos que vivem nos demais países da UE. "Temos de ter os cidadãos no centro do projecto europeu, e é a sua defesa que tem de ser central nas negociações do Brexit", afirmou.

Costa apelou ainda para que, no fim do processo – que, à partida, demorará no máximo dois anos – se encontre um modelo de articulação que faça do Reino Unido "o mais próximo amigo e mais estreito aliado" da UE.

Sobre o futuro da UE, o primeiro-ministro português repetiu que é "necessário completar a União Económica e Monetária, reforçar a convergência económica e a agenda social".

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