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Abertura dos mercados: Após ataque dos EUA na Síria, petróleo sobe euro e bolsas caem
Os Estados Unidos lançaram mísseis contra uma base aérea na Síria em resposta a uso de armas químicas pelo regime de Bashar al-Assad. A resposta dos mercados foi imediata, com o petróleo e o ouro a disparem. Por esta altura, a cotação destas matérias-primas continua em alta mas com ganhos mais ligeiros.
Os mercados em números
PSI-20 desce 0,40% para 4.979,02 pontos
Stoxx 600 perde 0,29% para 379,68 pontos
Nikkei valorizou 0,36% para 18.664,63 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos estão inalterados nos 3,904%
Euro recua 0,03% para 1,0641 dólares
Petróleo em Londres ganha 1,77% para 55,86 dólares o barril
Bolsa em queda ligeira após o ataque
O presidente norte-americano Donald Trump ordenou na madrugada desta sexta-feira, 7 de Abril, o lançamento de 59 mísseis Tomahawk a partir de navios no Mediterrâneo contra uma base aérea de forças fiéis ao governo sírio de Bashar al-Assad, em Shayrat, como resposta pelo uso de armas químicas num ataque esta semana.
A notícia foi conhecida por volta das 3 horas da madrugada, hora de Lisboa, e a reacção dos mercados não se fez esperar. Apesar da reacção em alta inicial, verifica-se agora um abrandamento dos ganhos, com o mercado a questionar a estratégia de segurança tanto ao nível interno como externo dos Estados Unidos. "Os mercados vão estar nervosos todo o dia", antecipou James Audisse, do fundo Shaw, em Sidney, à Bloomberg.
Ainda antes do ataque na Síria, Donald Trump adiantou que tinha forjado uma amizade com o presidente chinês, Xi Jinping, que está nos Estados Unidos para um encontro de dois dias com o líder dos EUA. "Tivemos já uma longa discussão e até agora não consegui nada, nada mesmo", disse em tom de brincadeira Donald Trump, citado pela Bloomberg. "Mas desenvolvemos uma amizade. Isso posso ver", acrescentou.
Por esta altura, as bolsas europeias estão em queda ligeira, bem como os futuros norte-americanos. A liderar as quedas no Velho Continente está o germânico DAX, que recua 0,50%, seguido pelo espanhol IBEX35, que desvaloriza 0,46%. O PSI-20 perde 0,40%. Em Lisboa destaque para os títulos do BCP (que descem 1,57% para 18,16 cêntimos) e da Pharol (que recua 4,29% para 33,5 cêntimos). O Stoxx 600 perde 0,29%.
Juros abaixo dos 4%
Os juros da dívida pública portuguesa estão sem uma tendência definida no mercado secundário. Uma evolução que tem lugar depois de ontem o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, ter afirmado que a política monetária da entidade é "apropriada" e que "as taxas de juro continuarão no nível actual ou mais baixas durante um período de tempo extenso". Mario Draghi adiantou ainda que o BCE comprará dívida pública e privada da zona euro até finais do ano ou por um período mais longo se for necessário.
O BCE vai continuar a comprar dívida até que se veja "um ajustamento sustentado com o ritmo da inflação consistente com o objectivo", que é abaixo mas próximo de 2%.
Por esta altura, os juros da dívida portuguesa a dez anos, negociados no mercado secundário, seguem inalterados nos 3,904%. No caso da dívida espanhola a dez anos, as "yields" cedem 1,4 pontos base para 1,619%. A dívida italiana no mesmo prazo somam 0,1 pontos base para 2,272%. E os juros exigidos pelos investidores para trocarem dívida alemã entre si descem 1,3 pontos base para 0,250%.
Euro em queda ligeira
O euro está a registar uma queda ligeira face à moeda norte-americana, descendo 0,03% para 1,0641 dólares. Isto depois de ter já tocado nos 1,0660 dólares às 03h08.
Ainda no mercado cambial, com o ataque dos EUA na Síria, defende Masakatsu Fukaya, trader na área dos mercados emergentes na japonesa Mizuho Bank, que os investidores estão a ter uma posição cautelosa no que diz respeito ao won, moeda da Coreia do Sul.
E o rublo russo está sob pressão devido aos receios em torno do relacionamento dos Estados Unidos com a Rússia. Moscovo condenou já o ataque realizado esta madrugada pelas forças militares dos Estados Unidos contra uma base aérea síria, acusando Washington de violar a lei internacional e de causar danos significativos na relação entre os EUA e a Rússia.
De acordo com a Reuters, o Kremlin considerou que os ataques significam uma agressão a uma nação soberana.
Petróleo em alta após ataques
A cotação do petróleo continua em alta, mas aliviando um pouco da valorização registada após ter sido noticiado o ataque dos EUA na Síria. O West Texas Intermediate soma 1,86% para 52,66 dólares por barril. Isto depois de o crude negociado em Nova Iorque ter atingido os 52,94 dólares por barril, o valor mais elevado registado na sessão às 03h43. O Brent do Mar do Norte, referência para as importações nacionais, também às 03h43 disparou para os 56,08 dólares por barril, o máximo da sessão. Por esta altura, o petróleo negociado em Londres valoriza 1,77% para 55,86 dólares por barril.
"A Síria não é um grande produtor de petróleo mas [o ataque] potencialmente aumenta o risco de escalada em toda a região", disse à Bloomberg Ric Spooner, analista da CMC Markets, em Sydney. "Vemos o risco de haver uma resposta ao ataque. Dado o aumento da oferta, o tamanho dos inventários e a recuperação na produção de xisto, parece que os ganhos na cotação podem ser limitado", acrescentou.
Investidores voltam-se para ouro
Após ter sido conhecido o ataque norte-americano contra o regime de Bashar al-Assad, os investidores voltaram para os chamados activos de refúgio como é o caso do ouro. Rex Tillerson, secretário de Estado dos EUA, disse aos jornalistas, citado pela Bloomberg, após o lançamento dos misseis norte-americanos que estão a ser dados passos no sentido de mobilizar uma coligação para retirar o líder sírio depois de este ter usado armas químicas contra civis.
O metal amarelo chegou a subir aos 1.269,46 dólares por onça, sendo que por esta altura avança 1% para 1.264,24 dólares.