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Manifestações no Brasil dão protagonismo a juiz do Lava Jato (act.)

No Brasil, manifestações contra a corrupção, contra Dilma, contra Lula terão levado 3,3 milhões de pessoas às ruas na contagem da polícia. A organização diz terem sido mais de seis milhões. Mas foi Sergio Moro, juiz que lidera a operação Lava Jato, o "herói" dos protestos.

13 de Março de 2016 às 17:29
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Apoio a Sergio Moro (juiz que lidera a operação Lava Jato), protestos contra Dilma Roussef e contra Lula da Silva. "Je suis Moro" foi apenas um dos cartazes apresentados nas manifestações que decorrem este domingo, 13 de Março, um pouco por todo o país. A operação Lava Jato foi apoiada nessas manifestações, como espelho da luta anti-corrupção no Brasil. O juiz que lidera o processo, Sergio Moro, é um dos principais espelhos dessa luta e, por isso, como conta a Veja, foi um dos "heróis" do protesto brasileiro.

A Globo diz que o juiz federal ficou "tocado" com o apoio da população. Mas atribui esse apoio ao "êxito até o momento" do trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e de todas as instâncias do Judiciário. Na mensagem enviada, Moro diz que "é importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas e igualmente se comprometam com o combate à corrupção, reforçando nossas instituições e cortando, sem excepção, na própria carne, pois actualmente trata-se de iniciativa quase que exclusiva das instâncias de controlo".

Segundo a Veja, "nenhuma figura pública ganhou tanto cartazes, camisas e homenagens como o juiz lotado em Curitiba e responsável por julgar as acções da operação Java-Jato. Nem imagens contrárias ao ex-presidente Lula foram tão presentes quanto imagens de exaltação a Moro". "É um juiz de coragem, que está nos ajudando a não fazer papel de palhaço", diz o carioca Walter Vianna, de 70 anos, à Veja. Em Brasília, manifestantes criaram o "Super Moro", em que o juiz transformou-se em um boneco com roupas semelhantes ao super-homem.

Mas ao mesmo tempo que há manifestações contra a Presidência de Dilma e contra a corrupção, há quem aproveite para se manifestar a favor de Lula da Silva, em particular em sinais de apoio perto da sua casa em São Bernardo de Campo.

Lula da Silva também recebeu manifestações de apoio.
Lula da Silva também recebeu manifestações de apoio.

 

No Rio de Janeiro, segundo os jornais brasileiros, estima-se que estejam a manifestar-se mais de um milhão de pessoas que nem a chuva demoveu. Durante a manifestação no Rio de Janeiro, um avião sobrevoou Copacabana com uma faixa a dizer "Não vai ter golpe", assinado pela Frente Brasil Popular.


A Veja refere que em Recife poderão estar 80 mil pessoas, de acordo com números da organização.  

Em Brasília, a Polícia Militar estimou em 100 mil o número de participantes na manifestação, o que, segundo a Globo, a torna na maior em protesto contra o governo. Para os organizadores, os números eram maiores: entre 180 e 200 mil.


Milhares nas ruas de Brasília contra Dilma, Lula e o PT
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Milhares de brasileiros protestaram domingo, 13 de Março, em Brasília, contra a “roubalheira” do Partido dos Trabalhadores (PT), que apoiou os governos de Dilma Rousseff e do ex-Presidente Lula da Silva, investigado no âmbito da Operação Lava Jato.

Em Belo Horizonte estariam cerca de 30 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, que reforçou nos vários pontos onde há manifestações o policiamento. Os números vão dando conta de mais protestos, um pouco por todo o país. A Globo diz que em Curitiba estarão 100 mil pessoas nas ruas. 



Em São Paulo, os manifestantes lotaram 23 quarteirões na Avenida Paulista. Segundo polícia, em São Paulo juntaram-se cerca de 1,4 milhões de pessoas nas manifestações. A Globo dá o balanço até às 23:45 horas (de Lisboa), contando com 3,3 milhões de manifestantes, números da Polícia Militar, mas que as organizações rejeitam. Estas contabilizam um total de 6,6 milhões nas ruas do Brasil. Em todos os estados houve protestos. E, por isso, a Globo diz ter sido o maior protesto nacional contra o governo Dilma. O protesto de 15 de Março de 2015 teve 2,4 milhões de manifestantes, segundo números da polícia e que os organizadores dizem ter sido de três milhões. 

Um comunicado do Planalto, divulgado este domingo, cita a Presidente Dilma Roussef dizendo que "a liberdade de manifestação é própria das democracias e por todos deve ser respeitada". Num comunicado curto diz ainda que "o carácter pacífico das manifestações ocorridas neste domingo demonstra a maturidade de um país que sabe conviver com opiniões divergentes e sabe garantir o respeito às suas leis e às instituições".

Alguns protestos começaram sábado. Como conta a Globo, a sede paulista da União Nacional dos Estudantes (UNE), em São Paulo, foi alvo do que Dilma Roussef já apelidou de "violência intolerável". Dilma quer ainda que seja apurada a intervenção policial na subsede de Diadema do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A sede da UNE foi pintada com pedidos "Lula na cadeia" e em Diadema policiais entraram na sede no momento em que havia uma acção de apoio a Lula da Silva. Dilma Roussef reagiu no domingo a estes incidentes. No sábado, a Presidente tinha pedido que "os protestos [de domingo] não sejam violentos".

Também no sábado, o partido centrista brasileiro (PMDB), aliado do PT, determinou um prazo de 30 dias para decidir se rompe ou mantém o apoio à Presidente Rousseff. O partido esteve reunido em congresso durante o sábado. E segundo a Lusa na reunião magna, o partido decidiu proibir os seus militantes de ocuparem novos cargos no Governo e quando o partido deveria assegurar na próxima semana a pasta da Aviação Civil, num novo sinal de distanciamento face a Rousseff. 

 

Os protestos de domingo poderão ser importantes já que se aproxima a data em que o Congresso decidirá se avança com o procedimento do pedido de destituição ("impeachment") de Dilma Roussef. As sondagens, citadas pela Reuters, dizem que metade dos brasileiros são a favor da destituição de Dilma, reeleita para segundo mandato em 2014. E numa altura em que o Brasil está em recessão. 

(notícia actualizada às 19:00 com mais informações: Actualizada novamente às 23:50 com números revelados de manifestantes e com comunicado do Planalto)

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