O antigo responsável pela pasta das Finanças dos Governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff, Guido Mantega, foi detido temporariamente esta quinta-feira em São Paulo pelas autoridades brasileiras no âmbito da 34.ª fase da operação anti-corrupção Lava-Jato, denominada Operação Arquivo X.

Segundo o jornal Estado de São Paulo, recaem sobre Mantega suspeitas de ter obtido financiamento para o Partido dos Trabalhadores, em 2012, em contratos atribuídos a empresas para a construção das plataformas P67 e P70 da Petrobras para exploração de petróleo na camada do pré-sal. Os valores obtidos destinavam-se a indivíduos que já estiveram sob investigação e que desempenhavam funções de marketing e propaganda no PT.

A imprensa local refere que Mantega foi interpelado quando se encontrava no Hospital Albert Einstein a acompanhar a mulher em tratamentos médicos. Além desta detenção, os agentes cumprem ainda mais sete mandados de prisão temporária e oito de condução obrigatória dos detidos à justiça.

Em Maio, Mantega tinha sido levado a depor no âmbito de uma outra operação, a Zelotes, que investiga pagamentos a responsáveis de decisões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, ligado ao ministério que tutelou.

No total, são 49 as ordens judiciais a serem cumpridas esta quinta-feira, que abrangem ainda 33 mandados de busca e apreensão e decorrem nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Brasília.

Na semana passada o juiz responsável pelo processo Lava Jato, Sergio Moro, aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o ex-Presidente da República Lula da Silva, a sua mulher e outras seis pessoas. Na prática, Lula passou a réu acusado de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por alegadamente ter-lhe sido oferecido um apartamento e obras de beneficiação pagos pela construtora OAS. uma das que terá participado no cartel de fornecedores da Petrobrás.

Lula da Silva também responde noutro processo, sob a acusação de atrapalhar as investigações no caso relacionado com financiamentos partidários através da petrolífera estatal, conhecido como 'petrolão'.

(Notícia actualizada às 12:22 com mais informação)