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“Cérebro financeiro” da Lava Jato preso em Espanha

O jornal Expansión avança que o “cérebro financeiro” do escândalo de corrupção que envolve a Petrobras foi detido na capital espanhola. Em causa estão delitos como branqueamento de capitais e organização criminosa.

Bloomberg
22 de Novembro de 2016 às 11:43
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O "cérebro financeiro" por detrás do escândalo financeiro da Petrobras foi detido em Espanha. Segundo o jornal espanhol Expansión, que cita a Guardia Civil, identificado como R.T.D. de 43 anos, que tem dupla nacionalidade (espanhola e brasileira), foi detido num hotel madrileno depois de ter chegado a território espanhol oriundo dos Estados Unidos. Esta detenção terá sido uma operação conjunta da Guardia Civil e da Interpol.

O jornal espanhol acrescenta que R.T. D. estava a ser investigado pelas autoridades brasileiras no âmbito da operação Lava Jato por presumível branqueamento de dinheiro na Petrobras, tendo desviado mais de 50 milhões de reais – perto de 14 milhões de euros – para dar a partidos políticos. Alegadamente, será responsável pelo pagamento de comissões como contrapartida para a adjudicação de obras quer no Brasil, quer no estrangeiro, refere ainda o jornal espanhol.


O brasileiro Folha de São Paulo noticiou no passado dia 19 de Novembro a detenção, em Madrid, do advogado Rodrigo Tacla Duran. Segundo este jornal, Duran estava em fuga desde 10 de Novembro, altura em que arrancou a 36.ª fase da operação Lava Jato, conhecida por Operação Dragão.


Rodrigo Tacla Duran é "apontado como um dos operadores das offshores criadas" pela Odebrecht. As autoridades norte-americanas informaram as congéneres brasileiras sobre a viagem do brasileiro para a capital espanhola. Seguidamente, segundo a mesma fonte, a Interpol no Brasil contactou a Interpol em Espanha e a detenção teve lugar na última sexta-feira,18 de Novembro.

A Folha de São Paulo adianta que Rodrigo Tacla Duran "é suspeito de ter trabalhado por anos no sector de propinas da Odebrecht e de ter operado pelo menos 12 contas no exterior".


Após a realização dos trâmites legais, vai arrancar o processo para que Duran regresse ao Brasil "onde vai responder pelos crimes que lhe são imputados no âmbito da Operação Lava Jato".

No passado dia 18, foi noticiado que o Ministério Público Federal (MPF) do Paraná do Brasil, devolveu, numa cerimónia em Curitiba, no estado do Paraná, à petrolífera Petrobras 204,2 milhões de reais (56,9 milhões de euros) recuperados pela Operação Lava Jato.


A operação investiga o maior esquema de corrupção da história brasileira e envolve várias empresas, em especial a Petrobras, para além de dezenas de políticos.

 

"No Brasil, é uma façanha, uma proeza conseguir efectivamente recuperar algum dinheiro desviado dos cofres públicos. Isto faz-nos celebrar hoje a entrega de mais de 200 milhões de reais para a Petrobras, o maior valor já devolvido na história pela justiça criminal para uma vítima", afirmou o procurador Deltan Dallagnol, citado pela imprensa local.

Esse dinheiro só foi recuperado devido à colaboração entre diversos órgãos públicos, como o MPF, a Polícia Federal e a Receita (Finanças), acrescentou o também coordenador da equipa que trata da Lava Jato em Curitiba.

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