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Manuel Vicente nega pagamento e contratação de Orlando Figueira para sector privado

O vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, disse ser "completamente alheio à contratação" do procurador Orlando Figueira, para o sector privado, assim como a "qualquer pagamento" de que alegadamente aquele magistrado beneficiou.

02 de Março de 2016 às 20:28
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"Sou completamente alheio, nomeadamente, à contratação de um magistrado do Ministério Público português para funções no sector privado, bem como a qualquer pagamento de que se diz ter beneficiado, conforme relatos da comunicação social, alegadamente por uma sociedade com a qual eu não tinha nenhuma espécie de relação, e que não era nem nunca foi subsidiária da Sonangol", salientou esta quarta-feira Manuel Domingos Vicente, em comunicado enviado à agência Lusa.

 

O actual vice-presidente de Angola reagia às notícias sobre o seu suposto envolvimentos em factos relacionados com a investigação da "operação Fizz", conduzida pelas autoridades judiciárias portugueses, e que levou à detenção e prisão preventiva de Orlando Figueira, antigo procurador do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).

 

Na mesma nota enviada à Lusa, Manuel Vicente, antigo presidente da Sonangol, salienta que o seu envolvimento na investigação portuguesa "não tem, pois, qualquer fundamento", porém manifesta-se "totalmente disponível para o esclarecimento dos factos (...), de modo a por termo a qualquer tipo de suspeições".

 

Manuel Vicente diz que as notícias divulgadas pela comunicação social sobre o seu alegado envolvimento na "operação Fizz" não correspondem à verdade e "atentam gravemente" contra o seu bom nome, honra, imagem e reputação.

 

Quanto ao processo arquivado por Orlando Figueira, no início de 2012, no comunicado, o vice-presidente angolano refere que, ao que sabe, foi uma "simples averiguação de origem de fundos, relativos à compra de um imóvel". "Confiei a minha representação a um advogado, o qual apresentou comprovação cabal da origem lícita dos fundos, com o que o processo não poderia deixar de ter sido arquivado - comprovação essa que, se necessário, poderá ser renovada", acrescenta.

 

Entretanto, na terça-feira, o Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) decidiu instaurar um inquérito para apurar se há factos que determinem a abertura de um processo disciplinar a Orlando Figueira, por proposta da procuradora-geral da República, Joana marques Vidal.

 

Orlando Figueira, com licença sem vencimento desde Setembro de 2012, está indiciado por corrupção na forma agravada, branqueamento de capitais e falsidade informática, encontrando-se em prisão preventiva, no estabelecimento prisional de Évora.

 

No mesmo processo, foram ainda constituídos arguidos, o advogado Paulo Blanco, por suspeitas de corrupção activa, e uma entidade colectiva, que oficialmente ainda se desconhece qual é.

 

Entretanto, fonte ligada ao processo disse, na semana passada, que Manuel Vicente, defendido por Paulo Blanco no processo sobre a compra de um apartamento no complexo Estoril-Sol, está indiciado por corrupção activa em co-autoria no mesmo caso.

 

O procurador Orlando Figueira foi responsável, entre outros, pelos processos "BES Angola" e pelo "Caso Banif", relacionado com capitais angolanos, tendo arquivado este último. 

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