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Caso Manuel Vicente é "vingança de colono" diz o Jornal de Angola

O Jornal de Angola sai em defesa de Manuel Vicente, diz que "tudo vale como instrumento de ataque contra Angola e os seus dirigentes" e ataca Portugal mas também a Europa.

04 de Março de 2016 às 11:49
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"Vingança de colono". É este o título do editorial do Jornal de Angola publicado na edição desta sexta-feira, 4 de Março, que sai em defesa do vice-presidente do país, Manuel Vicente.


O órgão oficial do Governo angolano, referindo-se ao caso da detenção do procurador Orlando Figueira e, suspeito de corrupção passiva, e ao envolvimento de Manuel Vicente no mesmo, considera que os "responsáveis da antiga metrópole colonial manipulam agora os corredores da justiça para tentarem conseguir os seus intentos de neo-colonização".


"Depois de tanto fracasso, voltam desta vez a atentar contra a honra, o bom-nome, a imagem e a reputação do vice-presidente de Angola, procurando envolvê-lo em mais um escândalo de corrupção de tantos que atravessam hoje Portugal e a Europa e que revelam o estado de imoralidade e falta de integridade preocupante que se nota em alguns círculos do velho continente", argumenta o Jornal de Angola.

Orlando Figueira está detido desde 23 de Fevereiro
, suspeito de ter recebido luvas para arquivar processos envolvendo personalidades angolanas, entre as quais o seu vice-presidente, e num primeiro momento foi noticiado que Manuel Vicente estaria indiciado de corrupção activa. Posteriormente, o Ministério Público esclareceu que o vice-presidente de Angola não era arguido no processo.

Na quinta-feira, 3 de Março, num comunicado enviado à agência Lusa, Manuel Vicente negou qualquer envolvimento na contratação e no pagamento da ida de Orlando Figueira para o BCP e mostrou disposto a colaborar com a justiça.

"A reacção de grande dignidade de Manuel Vicente face à nova campanha que contra si foi arremessada pela comunicação social portuguesa, respondendo cabalmente às alegações da "Operação Fizz" postas a circular pela Procuradoria-Geral da República de Portugal e manifestando a sua total disponibilidade para esclarecer factos que lhe são atribuídos é suficiente para compreender este novo episódio como mais um exemplo tanto da falta de pudor como do revanchismo luso", sublinha agora o Jornal do Angola.

O editorialista, na sua argumentação, invoca também os escândalos de corrupção que envolveram a FIFA, para concluir que os casos de corrupção parte do continente europeu e não de África.


"Tal como sucede e ficou suficientemente demonstrado também com o escândalo na FIFA, os esquemas de fraude e corrupção mundiais nascem e desenvolvem-se a partir da Europa, e não fora dela, e esse facto retira toda a credibilidade e atira até para o campo do ridículo todo o discurso académico e bem-falante que vem de alguns dirigentes e eurodeputados de Bruxelas acerca da necessidade do combate à corrupção e da promoção dos direitos humanos para o continente africano", sustenta o Jornal de Angola.


O jornal afirma que existe uma "mentalidade egoísta e oportunista de alguns membros das elites europeias" e que "esse sentimento egoísta e eurocêntrico é espelhado de maneira muito expressiva na relação de Portugal com Angola".

"Percebe-se que em Portugal é muito mais fácil exigir direitos do que respeitar os dos outros. Enquanto a corrupção, o clientelismo e a vontade de vingança decidirem o actual pensamento europeu e a justiça, tudo vale como instrumento de ataque contra Angola e os seus dirigentes", conclui o Jornal de Angola.

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