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A longa marcha do Jornal de Angola contra Portugal

Os editoriais do Jornal de Angola a atacar Portugal são uma recorrência. No último, os portugueses são acusados de terem um "plano diabólico" para interferir nas eleições angolanas. O Negócios conta-lhe como tem sido desde 2012.

Bloomberg
23 de Janeiro de 2017 às 17:45
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Portugal tem sido um alvo recorrente do Jornal de Angola (JA), o qual utiliza os espaços de opinião (Editorial e Palavra do Director) para atirar a eito sobre políticos, empresas e comunicação social, entre outros.


A última prática deste exercício foi feita no espaço Palavra do Director de 22 de Janeiro. José Ribeiro, o director do JA, assina o artigo de reflexão "A viragem no caminho da América", mas rapidamente atravessa o Atlântico para visar Portugal, acusando os portugueses de se estarem a preparar "para exercer uma interferência em massa" nas eleições angolanas, previstas para Setembro de 2017.


O Negócios recolheu alguns dos ataques escritos a Portugal pelo JA em 10 editoriais, a começar pelo último e começando num publicado em Novembro de 2012, e os argumentos usado para os justificar.

Portugal e as eleições angolanas
22 de Janeiro de 2017


"Portugal prepara-se para exercer uma interferência em massa nas eleições gerais deste ano em Angola. Com a ajuda de antigos colonos, servidores do apartheid, finança internacional, falsos jornalistas, canais televisivos e revolucionários de pacotilha, está em curso um plano diabólico. Talvez não fosse mau seguir as lições do passado e o exemplo de Trump. Deixem ser os próprios angolanos a decidir sobre os seus destinos!".

 

As execráveis elites portuguesas e Luaty Beirão

25 de Dezembro de 2016


"Quarenta e um anos depois da independência de Angola, as elites portuguesas continuam a tratar-nos com má educação, como se ainda fôssemos seus escravos. A forma execrável como trataram Angola por causa do caso dos "Revus", e em particular do cidadão português Luaty Beirão, investigado e acusado de crimes graves em Angola, é característica dessa atitude de Lisboa. As punhaladas portuguesas são históricas. A literatura de Aquilino Ribeiro ou Antero de Quental está cheia de exemplos das punhaladas dos "conterrâneos nobilitados que enriqueceram (no Brasil e em Angola) trocando as riquezas da sã consciência por outras que levam ao inferno". Facilmente ao alcance, como é de ver, da deputada do PS Isabel Moreira, por ser filha de quem é, Adriano Moreira, antigo ministro do Ultramar".

A responsabilidade da Mota-Engil no surto de febre amarela

25 de Dezembro de 2016


"No ano de 2015, de grande significado para os angolanos, a empresa lusa Mota-Engil  foi contratada para reabilitar todos os passeios e ruas da cidade de Luanda. Durante as obras, a construtora vedou com alcatrão toda a rede de esgotos, sarjetas e valas de drenagem das ruas. Quando nesse ano as fortes chuvas chegaram, as ruas ficaram transformadas em rios e no sítio dos esgotos abriram-se crateras que ainda hoje se vêem. Com a acumulação de charcos e lixo, as condições de saúde na capital angolana degradaram-se. A cidade foi assolada por um surto de febre-amarela. A crise só foi ultrapassada com a substituição do governo provincial, mas serviu de base a uma reportagem asquerosa da SIC, televisão de outro multimilionário, Francisco Pinto Balsemão, que aposta igualmente na desestabilização de Angola. O canal enganou os telespectadores tratando o assunto como se fosse algo recente".

 

Portugal como sede das campanhas de desinformação

16 de Abril de 2016


"Felizmente, a vinda ao país de personalidades do mundo da política e economia, agora em tempos de paz e estabilidade, tem servido para transmitir a verdadeira percepção que devem ter da realidade do país. Mas algumas capitais europeias constituem-se ainda como verdadeiras centrais de intoxicação. Os seus órgãos de comunicação actuam com uma agenda anti-angolana, pretendendo que nada mudou e que a situação geral do país só conhece retrocessos. (…)  Portugal é o país que serve de base para essas campanhas de mentira e desinformação contra Angola. Apesar de partilharmos a mesma língua e muitos aspectos da cultura de cada um, sente-se que os portugueses de uma forma geral não tratam os angolanos com o respeito com que nós os recebemos. A responsabilidade disso deve ser atribuída aos meios de comunicação públicos de Portugal e à meia dúzia de dirigentes políticos interessados na relação de conflitualidade entre os dois países".

 

Em defesa do vice-presidente contra a vingança do colono

4 de Março de 2016

 

"Depois dos artifícios fracassados da desestabilização militar e da guerra, depois de perderem no campo das eleições e depois de falharem no domínio bancário e económico, os responsáveis da antiga metrópole colonial manipulam agora os corredores da justiça para tentarem conseguir os seus intentos de neo-colonização. Depois de tanto fracasso, voltam desta vez a atentar contra a honra, o bom-nome, a imagem e a reputação do Vice-Presidente de Angola, procurando envolvê-lo em mais um escândalo de corrupção de tantos que atravessam hoje Portugal e a Europa e que revelam o estado de imoralidade e falta de integridade preocupante que se nota em alguns círculos do velho continente. Por cada novo escândalo e crise que rebentam em Portugal, a atitude quase pavloviana que se instalou na sociedade portuguesa, por culpa de políticos antigamente ligados à UNITA de Savimbi e ao apartheid e agora movidos pela fúria da vingança, de estabelecerem uma ligação directa de Angola aos problemas que surgem parece doentia, fruto de recalcamentos não curados e a precisar de urgente tratamento psicanalítico. (...) Percebe-se que em Portugal é muito mais fácil exigir direitos do que respeitar os dos outros. Enquanto a corrupção, o clientelismo e a vontade de vingança decidirem o actual pensamento europeu e a justiça, tudo vale como instrumento de ataque contra Angola e os seus dirigentes".


Uma ingerência desabrida

25 de Outubro de 2015

 

"A ingerência desabrida que Portugal faz nos assuntos da soberania de Angola está a ultrapassar todos os limites. (…) Esperar pela compreensão dos portugueses para se trilhar um caminho comum de cooperação mutuamente vantajosa é pura perda de tempo e prova que foi correcta a decisão tomada pelo Governo de Angola de suspender a construção dessa parceria estratégica com Portugal. Hoje nada mais resta a fazer senão trabalhar com o poder de Bruxelas, que é quem manda de facto em Lisboa. São os próprios portugueses que o dizem. Para Portugal, está apenas reservado o papel de caixa de ressonância dos diferentes interesses que se digladiam. Essa é porventura a razão por que o Governo português não condena as actuais acções de desestabilização de Angola e pactua com a ingerência. (…) Quando se comemoram os 40 anos da independência de Angola, de Portugal continuamos a não poder esperar nada de bom".

 

Os preconceituosos que se puseram de joelhos

24 de Julho de 2014


"O que marca a adesão da Guiné Equatorial à CPLP é o alarido feito por membros das elites preconceituosas portuguesas. Em Lisboa surgiram numerosas vozes contra a adesão. Muitas são daquelas que nunca chegarão aos céus. Mas entre os contestatários estão políticos e líderes de opinião que se dizem democratas. O que revela uma contradição insanável eivada de ignorância e uma tendência inquietante para criar um "apartheid" nas relações internacionais. De um lado os democratas puros, os fiéis. E do outro os impuros e infiéis.

Ninguém percebe donde vem a pureza e a fidelidade dos representantes das elites preconceituosas à democracia. Nem se compreende a soberba com que tratam a Guiné Equatorial e o Presidente Obiang. Em Lisboa é esgrimido um argumento muito débil: o país tem a pena de morte. Muitos estados dos EUA executam todos os dias condenados à pena capital e nem por isso os porta-vozes dessas elites querem expulsar o seu aliado da OTAN. Pelo contrário, quando Washington anunciou que ia sair da Ilha Terceira por já não ter interesse na Base das Lajes, todos se puseram de joelhos, implorando que a base aérea continue".

 

A CPLP e as forças negativas

22 de Julho de 2014


"A visita do Primeiro-Ministro Matteo Renzi acontece na presidência italiana da União Europeia, um dos pilares com que Angola conta para diversificar a produção e sustentar o desenvolvimento económico. Outro pilar  é a CPLP cuja cimeira de Chefes de Estado e de Governo começa em Díli no fim da semana. Aplaudimos as vozes que em Portugal defendem o estatuto do Cidadão da CPLP. Políticos como o socialista António Costa começam a olhar para a comunidade  como uma oportunidade que passa largamente o folclore. O estatuto de Cidadão da CPLP tarda em ser aprovado e quanto mais tarde isso acontecer, mais paus entram na engrenagem do progresso da comunidade. Se em Portugal as "forças negativas" perseguirem este objectivo em vez de colocarem rótulos  na Guiné Equatorial, que saudamos como país membro de pleno direito da CPLP, então estamos no bom caminho. Se aprenderem com o exemplo de Itália, têm meio caminho andado".

O fim da parceria estratégica

16 de Outubro de 2013


"O Presidente José Eduardo dos Santos não hesitou: e anunciou que é preciso ponderar a cooperação estratégica com Portugal, país onde são cozinhadas todas as campanhas contra a honra e o bom-nome de altas figuras do Estado. Os portugueses reconhecem que é impossível impedir o Ministério Público de violar gravemente o Segredo de Justiça. Se num país democrático, num Estado de Direito, os criminosos são impunes e podem caluniar e desonrar altas figuras do Estado Angolano, então não há condições para prosseguir uma parceria estratégica. Se em Portugal titulares do Poder Judicial podem violar o Segredo de Justiça para desonrar os nossos legítimos representantes, à boa maneira colonialista, então o melhor é os responsáveis políticos assumirem com coragem que Portugal não tem condições para se relacionar, de igual para igual, com Angola".

A vitória de José Eduardo dos Santos e o azedume luso

9 de Outubro de 2013


José Eduardo dos Santos e o MPLA têm "um fortíssimo e inegável apoio popular e isto não agrada a Portugal. Para iludir essa realidade, a comunicação social portuguesa, dominada pelas elites portuguesas corruptas e ignorantes, incluindo órgãos públicos como a RTP e a RDP, quando se referem a Angola falam do 'regime de José Eduardo dos Santos' como falam do 'regime de Assad', do 'regime do Irão' ou do 'regime da Coreia do Norte' e do 'ditador Mugabe'. É o ataque gratuito e desqualificado, mas mesmo assim, inadmissível vindo de um país amigo", sustenta o Jornal de Angola. E questiona: "O que diriam se falássemos de Portugal como o 'regime de Cavaco Silva', o 'regime de Passos Coelho', o 'regime de Paulo Portas'. Alguém gostaria? Tudo na vida tem limites, até a falta de educação e de vergonha". 


O banditismo político

12 de Novembro de 2012

"As relações entre Angola e Portugal são prejudicadas quando se age com tamanha deslealdade. A cooperação é torpedeada quando um ramo mafioso da Maçonaria em Portugal, que amamentou Savimbi e acalenta o lixo político que existe entre nós, hoje determina publicamente o sentido das nossas relações, destilando ódio e inveja contra os angolanos de bem. (…) O banditismo político tem banca em jornais que são referência apenas por fazerem manchetes de notícias falsas ou simplesmente inventadas".

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